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INVESTIGAÇÃO

Presidente da CBF é investigado por suposto esquema de compra de votos

Mandados em Roraima e Rio mobilizam R$ 10 milhões bloqueados; CBF diz que Samir não é o centro da apuração

Da Redação

Quarta - 30/07/2025 às 12:17



Foto: Reprodução/CBF Samir Xaud vence eleição na CBF com apoio das federações
Samir Xaud vence eleição na CBF com apoio das federações

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos na manhã desta quarta-feira (30). A operação, batizada de Caixa Preta, incluiu diligências na residência de Xaud, em Roraima, e na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A investigação conduzida pela Justiça Eleitoral de Roraima apura um suposto esquema criminoso que teria movimentado grandes quantias em dinheiro vivo para interferir no pleito. 

O caso ganhou força após o marido da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR), Renildo Lima, ser flagrado com R$ 500 mil em espécie, parte do valor escondido na cueca, em setembro de 2024, episódio que levantou suspeitas sobre uma rede de financiamento ilegal de campanha que agora também mira Xaud.

Além da busca, a Justiça determinou o bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões em contas bancárias dos investigados, incluindo Samir e a deputada. A CBF confirmou que agentes da PF estiveram em sua sede entre 6h24 e 6h52 da manhã, mas afirmou, em nota oficial, que não houve apreensão de materiais e que a operação “não tem qualquer relação com a CBF ou com o futebol brasileiro”. A entidade declarou ainda que o presidente Samir Xaud “não é o centro das apurações” e que está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.

A Polícia Federal não detalhou qual seria a participação específica de Xaud, que é médico e primeiro suplente do MDB na Câmara por Roraima, no suposto esquema, mas ele aparece ao lado de outros alvos como a deputada Helena e o empresário Renildo. A operação também atingiu duas empresas e uma das residências da parlamentar, além de outros endereços ligados a agentes públicos e empresários. Segundo fontes da PF, não houve prisões durante o cumprimento dos mandados.

Inquérito

O inquérito teve início em setembro de 2024, quando Renildo Lima foi flagrado pela PF saindo de uma agência bancária com dinheiro em espécie às vésperas das eleições municipais. O episódio levantou suspeitas sobre a existência de um grupo político estruturado para a compra de votos, com movimentação estimada em ao menos R$ 2 milhões. Na ocasião, além de Renildo, policiais militares e advogados também foram detidos temporariamente, mas foram liberados no dia seguinte.

A operação desta quarta ocorre dois dias após Samir Xaud ter se reunido, em Brasília, com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em um encontro que teve como pauta oficial uma suposta cooperação institucional entre as entidades. 

Samir foi eleito presidente da CBF em maio deste ano, com apoio de 25 das 27 federações estaduais, em uma eleição sem concorrência, e tem mandato previsto até 2029. Ele também responde, em Roraima, a uma ação de improbidade administrativa por supostos pagamentos irregulares enquanto atuava na gestão do Hospital Geral de Roraima, entre 2017 e 2020.

A CBF afirma não ter sido notificada oficialmente sobre o objeto da investigação. A Polícia Federal segue apurando os vínculos entre os investigados e a origem dos recursos supostamente utilizados para influenciar o resultado eleitoral de 2024. 

Novas diligências e medidas judiciais não estão descartadas.

Fonte: Brasil 247 e Metrópoles

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