
A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, nesse domingo (20), em Nova York, trouxe à tona um alerta crescente, o aumento acelerado dos casos de câncer colorretal entre jovens adultos, com menos de 50 anos. A artista foi diagnosticada em janeiro de 2023 com um tumor agressivo no intestino grosso e, após tratamento no Brasil, buscava terapias experimentais nos Estados Unidos. A doença apresentou recidiva e metástases em regiões como gânglios linfáticos, peritônio e ureter, dificultando as chances de cura.
Câncer Colorretal em jovens
O câncer colorretal afeta o intestino grosso (cólon) e o reto, e é atualmente o segundo tipo de tumor que mais mata no Brasil, atrás apenas do câncer de pulmão. Os sintomas iniciais costumam ser silenciosos, dificultando o diagnóstico precoce. Quando se manifestam, incluem sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal, dores abdominais persistentes, perda de peso sem causa aparente e sensação de evacuação incompleta.
Câncer colorretal atinge intestino grosso e reto; sintomas incluem sangue nas fezes e dor abdominal - Reprodução/ Secom
Historicamente mais comum em idosos, o câncer colorretal passou a ser diagnosticado com frequência crescente entre pessoas nas faixas dos 20, 30 e 40 anos. Os casos em jovens tendem a ser mais agressivos e, frequentemente, são descobertos em estágios avançados, quando a possibilidade de cura é reduzida. Dados da American Cancer Society revelam que, nas últimas três décadas, a incidência da doença nessa faixa etária cresceu 79%, enquanto as mortes aumentaram cerca de 28%.
Além da predisposição genética, que responde por cerca de 6% dos casos, os especialistas avaliam outros fatores de risco que podem explicar o aumento entre jovens, como sedentarismo, obesidade, dieta rica em carnes processadas e ultraprocessados, consumo excessivo de álcool, tabagismo, desequilíbrios da microbiota intestinal e exposição ambiental a substâncias cancerígenas.
Saudosa Preta Gil
A artista Preta Gil morreu nesse domingo (20), aos 50 anos, após uma intensa luta contra um câncer colorretal agressivo, diagnosticado em janeiro de 2023. Em tratamento nos Estados Unidos, a cantora enfrentava recidivas e metástases, mas manteve a esperança até os últimos dias. A busca de Preta Gil por tratamento fora do país também expôs outro problema: o acesso desigual a terapias avançadas no Brasil.
O tempo médio de aprovação de novos medicamentos oncológicos pela Anvisa é quase o dobro do registrado pela FDA, a agência reguladora dos Estados Unidos. Além disso, a participação de brasileiros em ensaios clínicos ainda é limitada, e grande parte da população depende exclusivamente do SUS, onde o rastreamento para câncer colorretal é pouco frequente.
Fonte: Brasil 247