O Brasil alcançou um marco histórico na saúde pública global, sendo reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o maior país do mundo a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho, também chamada transmissão vertical. A informação foi divulgada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a certificação oficial será entregue ao governo brasileiro por representantes do Conselho da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) em conjunto com a OMS.
O reconhecimento internacional é creditado à atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), que garantiu a ampliação do acesso a tecnologias modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. O avanço é resultado da expansão dos testes rápidos nas unidades básicas de saúde e do pré-natal, bem como da oferta gratuita de medicamentos às gestantes que vivem com HIV. A eliminação da infecção de bebês durante a gestação, parto ou amamentação, atende integralmente aos critérios da OMS, mantendo a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.
O Brasil apresentou um dossiê à organização mundial em julho de 2025, embasado em dados concretos do SUS. O mais recente boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde no início do mês de dezembro, revela que o país registrou quedas significativas: de 7,9% nos casos de gestantes com HIV e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus, além da queda de 54% no início tardio da profilaxia neonatal. O país atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e tratamento para gestantes, indicando uma melhora na atenção pré-natal e nas maternidades. A terapia antirretroviral ofertada pelo SUS inclui combinações de alta eficácia como lamivudina mais dolutegravir, e à adoção da Prevenção Combinada, que incorpora a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e Pós-Exposição (PEP), além da ampliação da testagem e da distribuição de autotestes.
O ministro Padilha celebrou a conquista, ressaltando o fim de uma triste realidade do passado. Em celebração a essa trajetória de sucesso e aos 40 anos de enfrentamento à aids no Brasil, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Nascer sem HIV, viver sem aids” e abriu uma exposição em Brasília, reforçando o compromisso contínuo do país com a saúde pública.
Fonte: Agência Brasil e Ministério da Saúde
Mais conteúdo sobre:
#Transmissão vertical #SUS #boletim epidemiológico #marco histórico brasileiro #terapia antirretroviral #saúde pública #Nascer sem HIV #viver sem aids