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Produção de castanha de caju no Piauí despenca em 2025

Falta de chuvas e pragas derrubam produção de castanha de caju no estado

Da Redação

Terça - 16/12/2025 às 11:55



Foto: Arquivo/Sada A castanha de caju gera emprego e renda para milhares de produtores familiares no Piauí
A castanha de caju gera emprego e renda para milhares de produtores familiares no Piauí

A produção de castanha de caju no Piauí registrou forte queda em 2025 e totalizou apenas 14,5 mil toneladas, redução de 42,6% em relação a 2024, quando o estado produziu 25,3 mil toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A retração foi a mais acentuada entre todos os estados produtores do país e fez com que o Piauí perdesse a posição de segundo maior produtor nacional, conquistada no ano anterior. Na série histórica, o melhor desempenho do estado ocorreu em 2008, com produção de 56,2 mil toneladas, volume que representa uma queda de cerca de 74% quando comparado ao resultado de 2025.

Segundo Pedro Andrade, chefe da Seção de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, a redução expressiva da produção está diretamente relacionada às condições climáticas e a problemas fitossanitários. 

“A produção de castanha de caju no estado sofreu queda expressiva em 2025 em razão da falta de chuvas e da ocorrência de pragas que atacaram as áreas de cultivo”, explicou.

No cenário nacional, a produção de castanha de caju em 2025 foi estimada em 135,9 mil toneladas, representando uma redução de 14,64% em relação ao ano anterior. A queda foi generalizada na maior parte do país, com exceção do Rio Grande do Norte e do Pará, que registraram crescimento de 32,27% e 17,14%, respectivamente.

Mesmo com retração de 17,69% na produção, o Ceará manteve a liderança nacional, concentrando 61,73% da produção brasileira de castanha de caju. O Rio Grande do Norte, impulsionado pelo crescimento, assumiu a segunda colocação, com participação de 20% no total nacional, seguido pelo Piauí, que passou a responder por 10,69% da produção do país.

Produção de acerola também sofre forte retração no estado

Além da castanha de caju, a produção de acerola no Piauí também apresentou queda expressiva em 2025. O estado, que já foi o sexto maior produtor do Brasil, com 4,7 mil toneladas em 2017, segundo o Censo Agropecuário, enfrentou uma redução de quase 60% na área plantada com a cultura.

Como consequência, a produção caiu de quase 4 mil toneladas em 2024 para apenas 1,7 mil toneladas em 2025, conforme dados do LSPA do IBGE. A acerola é classificada como uma cultura permanente, de ciclo longo, que pode produzir por vários anos sem a necessidade de novo plantio. No Piauí, a principal região produtora está localizada nos tabuleiros litorâneos, especialmente no município de Parnaíba.

De acordo com Pedro Andrade, fatores mercadológicos foram determinantes para o encolhimento da atividade. “As empresas que compravam a colheita saíram do mercado, forçando os produtores a abandonarem a produção, dizimando grande parte da área plantada”, afirmou.

O IBGE ressalta que tanto os problemas climáticos quanto as dificuldades de mercado seguem como grandes desafios para a fruticultura piauiense, impactando diretamente a renda dos produtores e a sustentabilidade das cadeias produtivas no estado.

Fonte: IBGE

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