Saúde

RISCOS À SAÚDE

Estudo associa uso de maconha a risco de demência

Pesquisa aponta que pessoas atendidas devido ao uso de cannabis têm 23% mais chances de desenvolver a doença após cinco anos

Da Redação

Terça - 29/04/2025 às 12:00



Foto: CBD-Infos-com/ Pixabay Cannabis medicinal
Cannabis medicinal

Estudos recentes apontam que o uso regular de maconha pode aumentar o risco de doenças graves, como derrames, ataques cardíacos, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e miocardite (inflamação do músculo cardíaco). Agora, um grande estudo publicado no periódico Jama Neurology, que analisou mais de 6 milhões de pessoas, adiciona à lista de riscos também a demência.

De acordo com Daniel Myran, coautor do estudo e professor da Universidade de Ottawa, usuários de cannabis têm um risco 23% maior de desenvolver demência em até cinco anos após serem atendidos por problemas relacionados ao uso da substância. Esse risco chega a ser 72% maior se comparado com a população em geral.

Myran destaca que o estudo já elimina outros fatores como idade, saúde mental e condições como diabetes ou doença cardíaca ao analisar essa relação. No entanto, ele ressalva que o estudo não prova que o uso de cannabis causa demência, mas sim que há uma associação preocupante que se encaixa em um crescente número de pesquisas sobre o tema.

Além disso, pesquisas anteriores já indicaram que usuários de maconha têm quase 25% mais chances de precisar de atendimento médico de emergência e hospitalização do que não usuários.

Robert Page, professor de farmácia clínica da Universidade do Colorado, reforça que esse estudo serve de alerta para profissionais de saúde, especialmente quando se trata do transtorno por uso de cannabis, que pode levar a problemas como depressão e ansiedade graves, além de dependência.

A dependência em maconha afeta cerca de 30% dos usuários, segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, e pode prejudicar atenção, memória e aprendizagem.

Os pesquisadores analisaram registros médicos de mais de 6 milhões de pessoas de Ontário (Canadá), e descobriram que 5% dos usuários de cannabis atendidos no pronto-socorro por problemas relacionados ao uso foram diagnosticados com demência dentro de cinco anos. Esse número sobe para 19% em 10 anos.

A pesquisa também revelou que as internações hospitalares devido ao uso de cannabis aumentaram significativamente, especialmente entre adultos de 45 a 64 anos e pessoas com 65 anos ou mais.

Uma possível explicação para essa associação, segundo Myran, é que o uso diário de cannabis pode afetar a conectividade neural no cérebro, além de causar inflamação e danos microvasculares, o que poderia contribuir para o desenvolvimento de demência. Além disso, usuários regulares de maconha podem ser mais propensos a fatores como isolamento social, depressão e traumas cerebrais, que também são fatores de risco para declínio cognitivo.

Essa pesquisa, embora realizada no Canadá, tem implicações para toda a América do Norte, incluindo os Estados Unidos, onde o uso diário de cannabis já ultrapassou o de álcool em 2022, segundo uma pesquisa recente.

Fonte: Com informações da CNN

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