
Neste sábado (20) é celebrado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, data criada pela World Marrow Donor Association (WMDA) em 2014 para conscientizar sobre a importância de novos doadores e ampliar a chance de salvar vidas.
No Piauí, a data ganha ainda mais relevância: em 2025, o Estado ultrapassou a marca de 100 mil doadores cadastrados no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), segundo o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi). Somente no primeiro semestre, 1.058 novos voluntários foram incluídos no sistema nacional.
“Estamos muito felizes em anunciar essa conquista, que representa esperança para quem espera por um transplante. Nosso objetivo é captar cada vez mais voluntários, seja na capital ou no interior do Estado”, afirma Susanne Rocha, supervisora de captação do Hemopi.
Como se tornar um doador
Para se cadastrar, é necessário:
Ter entre 18 e 35 anos;
Apresentar documento oficial com foto;
Estar em boas condições de saúde;
Não possuir doenças impeditivas (como HIV, hepatites B e C, câncer, lúpus, artrite reumatoide, fibromialgia, esclerose múltipla, doenças sanguíneas ou imunológicas, alcoolismo crônico, esquizofrenia, ou uso de medicação injetável contínua).
O cadastro é feito em hemocentros do Hemopi em Teresina, Parnaíba, Picos ou Floriano, com coleta de uma pequena amostra de sangue para análise de compatibilidade genética. O registro permanece ativo até os 60 anos, mesmo que o doador nunca seja chamado.
Histórias que inspiram
A professora Sara Pereira, cadastrada há 16 anos, realizou sua doação em agosto. “Salvei alguém de forma direta, uma experiência que não tem como explicar. Sou grata por ter vivido esse processo.”
Já Marco Antônio se cadastrou e doou em 2024. “Foi emocionante descobrir que minha doação seria para uma criança. Conhecer pacientes e famílias que receberam a medula foi muito marcante. Espero que mais pessoas se cadastrem.”
Transplante seguro e eficaz
O Transplante de Medula Óssea (TMO) é indicado para doenças que afetam o sangue, como leucemias e linfomas. As células doadas se instalam na medula do paciente e passam a atuar normalmente. Segundo a hematologista Adrianna Penna, o procedimento é seguro. “Na maioria das doações, feitas por aférese, os riscos são mínimos. Na coleta cirúrgica, pode haver dor local, mas os efeitos são passageiros.”
O Redome possui mais de 6 milhões de voluntários cadastrados, sendo o terceiro maior registro do mundo. Ao longo de 30 anos, foram realizados 5.100 transplantes no Brasil. Entre os pacientes que recebem doadores não aparentados, 65 a 70% utilizam doações brasileiras, o que reforça a importância de um registro amplo e diversificado.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a chance de compatibilidade entre irmãos é de cerca de 25%, tornando essencial a doação voluntária. Pacientes sem doador no Brasil podem recorrer a registros internacionais. “Cada novo voluntário representa uma chance de vida. Por isso, o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea é tão importante: ele lembra a todos que o gesto de se cadastrar pode salvar vidas”, concluiu Susanne Rocha.
Fonte: GHS,Hemocentro de Goiás,Andressa Penna