
Pesquisadores e cientistas estão em alerta com o avanço da gripe aviária e apontam que a doença pode causar a próxima pandemia. A cepa H5N1 já se espalhou por todos os continentes, exceto a Oceania, e foi encontrada até em pinguins na Antártida. O temor é que a falha na vigilância, especialmente nos Estados Unidos, tenha permitido que o vírus evoluísse silenciosamente, escapando do controle inicial.
O vírus já atingiu aves silvestres, mamíferos e até rebanhos leiteiros em todos os estados americanos. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, há registros de mais de mil infecções em rebanhos e pelo menos 70 casos humanos – a rápida disseminação entre animais com contato direto com humanos aumenta a preocupação dos especialistas.
Primeiro caso registrado no Brasil
No Brasil, o primeiro caso da gripe aviária em aves comerciais foi confirmado em 16 de maio, no Rio Grande do Sul. Até então, o vírus só havia sido identificado em aves silvestres e de subsistência.
Diante disso, o Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou a detecção em uma granja que produz ovos férteis, o que afetou imediatamente as exportações brasileiras de frango.
Evolução da doença
Desde 2003, a Organização Mundial da Saúde registrou mais de 700 infecções humanas por H5N1, com maior incidência em países como Indonésia, Vietnã e Egito.
A situação atual preocupa por três motivos: o número crescente de mamíferos infectados, a rápida disseminação em rebanhos leiteiros e a fragilidade na estrutura de saúde pública em alguns países, dificultando o controle.
Apesar do alto potencial de risco, a gripe aviária ainda não é transmissível entre pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, só em abril foram identificados 59 surtos em aves de criação e 44 em outras espécies. Casos humanos recentes foram registrados em países como EUA, Reino Unido, Índia e México, aumentando a necessidade de vigilância global.
Fonte: Diário do Centro do Mundo