![Ameba é encontrada em fluxos de água doce como rios, lagos e açudes](https://piauihoje.com/uploads/imagens/1-naegleria-31784216-1733745515.jpeg)
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) está investigando um caso raro de meningoencefalite amebiana primária, doença causada pela ameba Naegleria fowleri, que resultou na morte de uma criança de 1 ano e 3 meses em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Este é o primeiro registro da doença no Brasil, que possui alta letalidade e já foi relatada em outros países, como os Estados Unidos.
O caso foi registrado em 12 de setembro, quando a criança apresentou febre alta e dor de garganta. Os sintomas evoluíram rapidamente para irritação meníngea, com dores musculares e vômitos. Apesar do atendimento médico, os tratamentos iniciais não tiveram efeito. A criança faleceu em 19 de setembro e, após exames realizados no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do Ceará, foi confirmada a presença da ameba Naegleria fowleri.
A principal suspeita é de que o contato com a Naegleria fowleri tenha ocorrido durante o banho doméstico, uma vez que a criança não havia frequentado rios, lagos ou açudes, habitats naturais da ameba. Encontrada em águas doces quentes e paradas, a ameba entra no corpo humano através das narinas, migrando para o cérebro, onde causa danos severos ao sistema nervoso central.
Conhecida popularmente como "ameba comedora de cérebro", a Naegleria fowleri não se transmite de pessoa para pessoa nem é altamente contagiosa em locais onde está presente. Contudo, a taxa de letalidade da doença é alarmante, alcançando 97%, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Ainda não existe cura comprovada para a infecção, e os tratamentos disponíveis, que envolvem combinações de medicamentos, têm eficácia limitada.
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) tranquiliza a população ao afirmar que a meningoencefalite amebiana primária não possui potencial de disseminação em massa, como vírus respiratórios, mas reforça a importância da prevenção. A principal medida é evitar mergulhos em águas potencialmente contaminadas, especialmente em locais conhecidos por abrigar a Naegleria fowleri.
O caso raro gerou um alerta para a vigilância epidemiológica no estado e abriu discussões sobre a necessidade de maior conscientização e pesquisa sobre a Naegleria fowleri e outras infecções raras.
Fonte: Com informações de GCMAIS