Política

"Não poderá abraçar a filha nessa páscoa", diz Rejane Dias sobre médica assassinada

Deputada publicou nota de pesar pelo assassinato da médica piauiense Caroline Naiane em seu perfil no Instagram

Valciãn Calixto

Domingo - 12/04/2020 às 09:04



Foto: Reprodução/Instagram Rejane Dias disse que vai lutar por aprovação de projetos que combatam o feminicídio e a violência contra a mulher
Rejane Dias disse que vai lutar por aprovação de projetos que combatam o feminicídio e a violência contra a mulher

A deputada federal Rejane Dias veio a público manifestar pesar pelo crime praticado contra a médica piauiense de 33 anos, Caroline Naiane Brito Barbosa, assassinada com 17 facadas na frente da filha de cinco anos na noite do último sábado (11) em Teresina. O ex-marido, que morreu momentos após o crime, é o principal suspeito do assassinato.

Uma das passagens mais tocantes do texto publicado pela parlamentar é quando ela diz que Caroline não poderá abraçar a filha nesse domingo de Páscoa, pois se tornou uma estatística no Brasil de mulheres que morrem nas mãos de seus companheiros e ex-companheiros.

Rejane também lembrou que a cada 17 minutos uma mulher é agredida fisicamente no Brasil e que toda semana 33 mulheres são assassinadas por companheiros atuais ou ex-companheiros.

A seguir o texto da deputada Rejane Dias na íntegra:

A médica Caroline Naiane está morta. Foi assassinada com 17 facadas na noite de ontem, dentro do apartamento onde morava com a filha, no bairro Primavera, Zona Norte de Teresina. Até aqui, assassinada pelo ex-marido, na frente da filha, que aos 6 anos viu de perto a morte da mãe. Até quando?

Nesse domingo de Pascoa, Carol não poderá mais abraçar a filha. Ela se tornou uma estatística no Brasil, de mulheres que morrem nas mãos de seus companheiros e ex-companheiros. Não a conhecia, mas diante desse enredo tão trise, desejo que a família encontre consolo em Deus.

A cada 17 minutos uma mulher é agredida fisicamente no Brasil. Toda semana 33 mulheres são assassinadas por parceiros antigos ou atuais. E toda vez que vejo esse tipo de violência aumentar tão perto, a gente morre um pouco também. Falhamos enquanto produtores de política pública. Falhamos enquanto sociedade.

Na Câmara, tramita uma rede de Projetos que apresentei, e que pela Carol e por todas as mulheres mortas no Brasil, vou multiplicar meus esforços para serem aprovados. Vários deles, ampliam a pena para delitos leves e graves, insere uma tornozeleira eletrônica em agressor de mulher, para que a Polícia fiscalize seus passos, e garante recursos para que essas vozes sejam ouvidas.

É preciso falar combater. A violência é inadmissível. E o feminicídio é imperdoável! Vá com Deus, Carol, a gente fica do lado de cá, orando por você e sua família!

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