
Levantamento do Instituto Quaest, divulgado nesta segunda-feira (25), aponta que 52% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do plano de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O índice é três pontos percentuais maior que o registrado em março, quando 49% compartilhavam dessa opinião. Outros 36% não acreditam no envolvimento do ex-mandatário e 10% não souberam responder.
A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 13 e 17 de agosto, ouviu 2.004 pessoas em entrevistas presenciais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Prisão domiciliar
O levantamento também mediu a percepção da população sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada em 4 de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para 55% dos entrevistados, a decisão foi justa, enquanto 39% a consideram injusta e 6% não responderam.
Segundo Moraes, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao participar, por meio de chamadas de vídeo, de manifestações realizadas em 3 de agosto, o que teria configurado violação à restrição de uso de celular. A pesquisa mostra que 57% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente agiu de propósito para provocar o ministro; já 30% avaliam que ele não compreendeu corretamente as limitações impostas.
Apoio e rejeição
O apoio à prisão domiciliar é maior entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022 (84%), entre cidadãos que se identificam como de esquerda, mas não se declaram lulistas (93%), e entre moradores do Nordeste (65%). Também há maioria entre católicos (62%), mulheres (58%) e jovens de 16 a 34 anos (59%).
Já a rejeição predomina entre eleitores de Bolsonaro em 2022 (83%), bolsonaristas convictos (87%) e evangélicos (57%).
Julgamento no STF
O levantamento indica ainda que 86% da população sabem que Bolsonaro será julgado pelo STF a partir de 2 de setembro, em processo que apura sua conduta após as eleições de 2022. Em março, esse percentual era de 73%.
Repercussão
A pesquisa mostra também que a prisão domiciliar alcançou ampla visibilidade: 84% dos entrevistados já tinham conhecimento da medida antes da entrevista. A repercussão ganhou força após a divulgação, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de uma imagem do pai falando ao telefone durante ato em Copacabana.
Fonte: Brasil 247