Política

Tensão e protesto

Netanyahu defende guerra em Gaza na ONU e enfrenta protesto de delegações

Ele reagiu à recente onda de reconhecimentos de um Estado palestino, classificando a medida como loucura e insanidade

Sexta - 26/09/2025 às 11:36



Foto: Alan Santos/PR Benjamin Netanyahu tenta se manter no cargo na eleição de hoje
Benjamin Netanyahu tenta se manter no cargo na eleição de hoje

Em um ambiente de tensão e protesto, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta sexta-feira, 26, afirmando que Israel continuará sua ofensiva na Faixa de Gaza até eliminar o Hamas. Ele entrou no plenário da ONU sob vaias, e a maioria das comitivas, incluindo a do Brasil, retirou-se antes mesmo de ele começar a falar, como gesto de repúdio.

Netanyahu iniciou seu discurso reafirmando suas conquistas militares, exibindo novamente um mapa que ele intitula do "eixo do terror" do Irã. Ele declarou que Israel devastou os programas de armas atômicas e mísseis balísticos do Irã e destruiu a maior parte da máquina de terror do Hamas.

Ele reagiu à recente onda de reconhecimentos de um Estado palestino por países como França, Reino Unido e Canadá, classificando a medida como loucura e insanidade. Em sua argumentação, Netanyahu equiparou a concessão de um Estado à Palestina a "dar um Estado à Al-Qaeda ao lado de Nova York depois do 11 de setembro".

Em um dos momentos do discurso, ele afirmou que suas palavras estavam sendo transmitidas ao vivo para Gaza através de alto-falantes posicionados na fronteira, com o objetivo de serem ouvidas pelos reféns ainda mantidos pelo Hamas. Ele dirigiu-se a eles em hebraico, prometendo: "Nós não esquecemos vocês. Nós traremos vocês de volta para casa".

Para rebater as críticas internacionais sobre o alto número de baixas civis em Gaza, Netanyahu negou que o exército israelense tenha como alvo civis e afirmou que a fome no território é culpa do Hamas, que, segundo ele, rouba a ajuda humanitária. Vale notar, no entanto, que análises de órgãos como a USAID e reportagens do The New York Times indicam que não há evidências de que o Hamas roube sistematicamente a ajuda da ONU, embora Israel sustente essa alegação com base em relatórios de inteligência.

O discurso de Netanyahu ocorre em um contexto de crescente isolamento internacional de Israel e de uma crise humanitária profunda em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 65.000 palestinos já morreram desde o início da guerra, com estudos publicados em periódicos como The Lancet sugerindo que o número total, incluindo mortes indiretas, pode ser significativamente maior.

Fonte: Globo.com

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