
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou nesta terça-feira (22) que 3,5 milhões de brasileiros superaram a linha da pobreza entre janeiro e julho de 2025. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro.
Segundo ele, a melhora nos indicadores sociais tem relação direta com a geração de empregos, o microcrédito e os investimentos em inclusão produtiva. “É com alegria que celebramos o fato de que 3,5 milhões de pessoas deixaram a condição de pobreza nos primeiros sete meses deste ano. E isso se traduz em algo muito simbólico: quase 1 milhão de famílias deixaram o Bolsa Família porque passaram a ter renda maior”, destacou.
De acordo com o ministro, 958 mil famílias deixaram de receber o Bolsa Família em julho. Desse total, 536 mil saíram ao entrarem na Regra de Proteção, que permite a permanência no programa por até dois anos, mesmo após o aumento da renda, desde que ela não ultrapasse meio salário mínimo por pessoa. Outras 385 mil famílias saíram por superar o limite de renda permitido.
“Esses números mostram que a política social está funcionando. O Bolsa Família é um trampolim, não um ponto final. O objetivo é exatamente esse: ajudar as pessoas a melhorarem de vida”, afirmou.
Geração de empregos
Durante a entrevista, o ministro também destacou os impactos do programa Acredita no Primeiro Passo, que oferece microcrédito com juros baixos para pequenos empreendedores urbanos e rurais. Segundo ele, R$ 14 bilhões foram liberados para empreendimentos no campo e R$ 10 bilhões para negócios nas cidades.
“O povo brasileiro quer trabalhar. O que fizemos foi criar um ambiente com apoio técnico, crédito e oportunidade. E o resultado está aí: mais de 1,7 milhão de empregos formais foram criados em 2024, quase todos ocupados por quem está no CadÚnico”, declarou.
Dados do governo mostram que 98,8% das vagas com carteira assinada em 2024 foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único, e 75,5% por beneficiários do Bolsa Família. Para Wellington Dias, isso mostra que o mercado de trabalho está absorvendo essa população.
“Hoje, a criança do Bolsa Família tem que estar na escola, a mãe faz o pré-natal, e isso ajuda a quebrar o ciclo da pobreza. Não é só transferência de renda, é um conjunto de ações que fortalece a família”, explicou.
Combate à fome
Outro ponto abordado na entrevista foi a redução da insegurança alimentar. De acordo com o ministro, dados da ONU mostram que o número de brasileiros em situação de fome severa caiu de 17,2 milhões em 2022 para 2,5 milhões em 2023.
“Isso representa uma redução de 85%. Saímos de 8% da população para 1,2% em insegurança alimentar severa. É um avanço extraordinário”, afirmou.
Apesar da melhora, o Brasil ainda não saiu oficialmente do Mapa da Fome, pois a FAO exige três anos seguidos de melhora nos indicadores. Segundo o ministro, se os dados de 2024 forem confirmados, o país poderá sair da lista já em 2026.
O ministro também citou avanços na redução da pobreza e da miséria, com base em dados do Banco Mundial, da FGV e do IBGE. “A pobreza caiu de 37% para 23% desde 2021, e a extrema pobreza de 9% para 4%. O IDH do Brasil subiu e o país ganhou cinco posições no ranking global”, celebrou.
Fonte: Agência Gov