
A relação entre sons e comportamento animal vem sendo cada vez mais estudada. Pesquisas indicam que a música, quando escolhida com cuidado, pode influenciar diretamente o bem-estar de cães e gatos. A aplicação desse recurso, chamada de musicoterapia, é utilizada para criar um ambiente mais equilibrado e reduzir situações de ansiedade nos pets.
O uso de melodias não se limita a entretenimento humano. Em diferentes contextos, como em clínicas veterinárias e ambientes domésticos, a música tem sido incorporada para minimizar o estresse de animais diante de situações desafiadoras. A eficácia dessa prática depende do estilo musical, da intensidade do som e da sensibilidade auditiva dos pets.A principal função da música nesse contexto é a redução do estresse e da ansiedade. Sons muito intensos, como fogos de artifício ou ruídos urbanos, podem gerar inquietação e comportamento de alerta. Ao contrário, músicas suaves e com ritmo constante criam um ambiente calmo, colaborando para a sensação de segurança e relaxamento. Estudos indicam que gêneros como música clássica, com composições de Bach, Chopin e Mozart, apresentam resultados positivos nesse aspecto.
Outro benefício identificado é a melhoria da qualidade de vida. Ao contribuir para a redução de tensões, a música auxilia no sono dos pets e pode diminuir comportamentos associados à agitação, como latidos excessivos ou destruição de objetos. O uso de playlists específicas tem se tornado uma alternativa para enriquecer o ambiente e manter o equilíbrio emocional dos animais, principalmente quando estão sozinhos em casa.
Além da música clássica, há indícios de que estilos como reggae e rock leve também sejam bem aceitos por cães. Pesquisas sugerem que a variação de ritmos e melodias pode gerar estímulos diferentes, evitando a monotonia e incentivando respostas positivas. O importante, segundo especialistas, é observar as reações do animal e ajustar a playlist de acordo com as preferências individuais.
Outro ponto de atenção é o volume. A audição dos animais é mais sensível que a dos humanos, o que torna fundamental manter o som em níveis moderados para evitar desconforto. A escolha de músicas com ritmos acelerados ou instrumentos de percussão intensa não é recomendada, já que pode provocar o efeito oposto ao desejado, aumentando a agitação do pet.Situações como consultas veterinárias, viagens ou períodos de ausência do tutor são exemplos em que a música pode atuar como recurso auxiliar. Ao criar uma atmosfera menos estressante, ela contribui para que o animal se sinta mais seguro. Em alguns casos, tutores recorrem a playlists produzidas especificamente para pets, disponíveis em plataformas de streaming, com composições pensadas para estimular relaxamento.
No entanto, é importante considerar que nem todos os animais respondem da mesma forma à música. A observação do comportamento é essencial para identificar quais estilos funcionam melhor para cada pet. Alguns podem demonstrar sinais de tranquilidade, como deitar ou fechar os olhos, enquanto outros podem não apresentar mudanças perceptíveis.
A musicoterapia, portanto, não deve ser vista como solução única, mas como parte de um conjunto de cuidados voltados ao bem-estar animal. Consultar um veterinário para avaliar a necessidade de outras medidas, como ajustes na rotina ou enriquecimento ambiental, é uma prática recomendada. O uso consciente da música pode se tornar um recurso simples e acessível para melhorar a convivência e o equilíbrio emocional dos pets.
Fonte: Sérgio Dias
