Política

APROVADA COM VETOS

Lula sanciona Lei Geral do Licenciamento Ambiental com 63 vetos e mantém proteção a biomas

Norma preserva direitos indígenas e quilombolas, mantém regime da Mata Atlântica e limita licenças simplificadas

Da Redação

Sexta - 08/08/2025 às 14:27



Foto: Conafer/Reprodução Lula veta 63 pontos da nova Lei de Licenciamento Ambiental para reforçar proteção e regras nacionais
Lula veta 63 pontos da nova Lei de Licenciamento Ambiental para reforçar proteção e regras nacionais

A Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2.159/21) foi sancionada nesta sexta-feira (8), em Brasília, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto altera as regras para autorizar obras e empreendimentos no país. No entanto, do texto aprovado pelo Congresso, foram vetados 63 dos quase 400 dispositivos, com a justificativa de preservar a proteção ambiental, garantir segurança jurídica e assegurar direitos de comunidades tradicionais. 

Além da sanção com vetos, Lula assinou uma Medida Provisória e enviou um novo projeto de lei com urgência constitucional para reinserir parte dos pontos barrados, mas com nova redação.

Vetos

Entre os vetos, está a retirada da possibilidade de licenciamento simplificado para atividades de médio potencial poluidor, como a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) baseada em autodeclaração, que permanecerá restrita a empreendimentos de baixo impacto ambiental. 

O governo também vetou o licenciamento monofásico no Licenciamento Ambiental Especial (LAE), previsto para projetos estratégicos, mantendo todas as etapas obrigatórias, mas com equipes específicas para acelerar a análise de casos prioritários.

O texto preserva o regime especial de proteção da Mata Atlântica, impedindo a supressão de floresta nativa no bioma, e mantém a exigência de consulta a povos indígenas e comunidades quilombolas não apenas com terras homologadas ou tituladas, mas também àquelas em processo de reconhecimento. 

Outro veto retirou a transferência ampla para estados e Distrito Federal do poder de definir critérios e parâmetros de licenciamento, exigindo que sejam observados padrões nacionais.

Segundo o Planalto, as alterações seguem quatro diretrizes principais: garantir a integridade do processo de licenciamento, oferecer segurança jurídica a empreendimentos responsáveis, assegurar direitos de povos e comunidades tradicionais e dar mais agilidade ao processo sem comprometer sua eficiência. 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a medida busca compatibilizar desenvolvimento econômico com preservação ambiental.

PL da Devastação

Organizações ambientalistas e o Ministério Público Federal haviam alertado para riscos de retrocesso ambiental no texto original, apelidado por críticos de “PL da Devastação”

Setores do agronegócio e da indústria defendiam a aprovação da lei como forma de reduzir burocracias e acelerar investimentos. Os vetos presidenciais ainda serão analisados pelo Congresso, que poderá mantê-los ou derrubá-los, enquanto a MP e o novo projeto aguardam tramitação para recompor dispositivos excluídos com ajustes técnicos.

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Fonte: Agência Brasil

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