O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (21) para Nova York, Estados Unidos, onde abrirá oficialmente os debates da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Conforme a tradição, o Brasil é o primeiro país a discursar na abertura do debate.
A viagem ocorre em meio a tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, após Donald Trump impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A política comercial norte-americana vem sendo duramente criticada pelo governo brasileiro, enquanto Trump acusa o Brasil de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o G1, o discurso de Lula ainda não está finalizado, mas deve conter recados indiretos ao presidente norte-americano. O chefe do Executivo deve destacar a soberania do país, criticar as tarifas impostas por Trump e reforçar a autonomia do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, o texto abordará temas centrais da política externa do governo, como defesa da democracia, fortalecimento do multilateralismo, proposta de reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e pedidos de cessar-fogo nos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Embora não exista reunião formal agendada, há especulações nos bastidores diplomáticos sobre um possível encontro entre Lula e Trump durante a Assembleia. Qualquer interação entre os dois será acompanhada de perto.
Na segunda-feira (22), antes da abertura oficial, Lula participará de uma conferência organizada por França e Arábia Saudita para discutir alternativas para encerrar a guerra em Gaza e a criação de dois Estados,um israelense e outro palestino.
Na terça-feira (23), ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente comandará um encontro sobre mudanças climáticas como preparação para a COP30, que será realizada no Brasil em 2025. O governo também apresentará o Fundo Florestas Tropicais para Sempre,um proposta voltada à preservação ambiental.
Já na quarta-feira (24), Lula liderará o evento “Em Defesa da Democracia”, ao lado de Gabriel Boric e Pedro Sánchez, para discutir o combate ao extremismo, à desinformação e ao discurso de ódio.
Entre os ministros que devem integrar a comitiva estão Mauro Vieira (Relações Exteriores), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Marina Silva (Meio Ambiente). O assessor especial Celso Amorim e a primeira-dama Janja da Silva também devem acompanhar a viagem.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou sua participação após o governo americano impor restrições à sua locomoção em solo norte-americano, medidas que ele classificou como “inaceitáveis” e “uma afronta”.
Fonte: Brasil247
Siga nas redes sociais
