
Janja Lula da Silva, primeira-dama do Brasil, vem sendo vítima de uma série de ataques misóginos e machistas nas redes sociais, principalmente por parte de representantes da extrema-direita e do bolsonarismo. O caso ganhou repercussão nacional e foi tema de debate entre os jornalistas Malu Barreto, Luiz Brandão e o professor e doutor em Ciência Política, Roberto John.
Durante a discussão, realizada em formato de análise crítica, os participantes apontaram que os ataques a Janja são reflexo de um comportamento estruturalmente machista que ainda domina parte da sociedade brasileira. Para o professor Roberto John, o incômodo com a postura da primeira-dama está ligado ao fato de ela ocupar um papel ativo, politizado e esclarecido — características historicamente rejeitadas por setores conservadores quando se tratam de mulheres em posições de destaque.
"A Janja é uma mulher que debate, discute e participa. Ela não é submissa. É militante desde antes de conhecer o presidente Lula, e essa independência incomoda", afirmou o cientista político.
Segundo os debatedores, a comparação com primeiras-damas anteriores revela o preconceito estrutural que ainda impõe à mulher um lugar secundário, muitas vezes limitado à estética do "bela, recatada e do lar". Janja rompe com esse estereótipo e, por isso, se torna alvo de uma campanha difamatória com motivações políticas e de gênero.
Os ataques aumentaram após um comentário legítimo feito por Janja sobre a forma como mulheres são tratadas no Brasil e também ao se manifestar sobre o caso da morte de uma criança, vítima de influência de discursos violentos em redes sociais. A fala foi deturpada por setores da mídia alinhados à extrema-direita, que buscaram criar polêmicas para desviar o foco da exitosa viagem do presidente Lula à China.
Durante a viagem, Lula firmou acordos bilionários com o governo e empresários chineses, visando atrair investimentos diretos ao Brasil, incluindo obras de infraestrutura no Nordeste. No entanto, o protagonismo da comitiva presidencial, que contou com a presença ativa de Janja, foi ofuscado por manchetes sensacionalistas que preferiram destacar temas irrelevantes, como o preço de um café no hotel, pago pelo governo chinês.
“A mídia criou uma cortina de fumaça para esconder o êxito da viagem do presidente à China. Tentaram transformar a presença da Janja em uma controvérsia, quando, na verdade, ela apenas cumpria um papel legítimo de cidadã e mulher politizada”, ressaltou Luiz Brandão.
Outro ponto abordado no debate foi o pedido feito por Lula ao presidente chinês Xi Jinping para discutir a regulamentação das redes sociais, no contexto de combate à desinformação e à violência digital. O gesto foi deturpado por setores da imprensa, que acusaram falsamente o presidente de tentar promover censura. Janja, por sua vez, defendeu abertamente a regulação para coibir crimes digitais como racismo, misoginia, homofobia e xenofobia.
“Não se pode usar a liberdade de expressão como escudo para atacar, caluniar e destruir reputações”, afirmou Malu Barreto. “Precisamos de regras claras para coibir esses abusos nas plataformas digitais.”
O debate concluiu com um apelo pela valorização das mulheres na política e pela responsabilização dos agressores que utilizam as redes sociais como ferramenta de disseminação de ódio. Janja foi reconhecida como símbolo de uma nova era para as primeiras-damas do Brasil: uma era em que as mulheres não serão mais apenas acompanhantes silenciosas, mas protagonistas da história.
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