Foto: © REUTERS/Joshua Roberts
Eduardo Bolsonaro
Segundo informações reveladas pela revista CartaCapital, o deputado Eduardo Bolsonaro é sócio do empresário Paulo Generoso, que já foi alvo das CPIs da Covid-19 e das Fake News, além de ter apoiado o golpe e compartilhado desinformação sobre as urnas eletrônicas. Juntos, eles são proprietários da Braz Global Holding LLC, uma empresa sediada nos Estados Unidos, cujo ramo de atuação ainda não está claro.
A descoberta dessa sociedade foi divulgada pelo site UOL, e a investigação também foi conduzida pela Agência Pública e pelo Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística (Clip). Ao ser questionado sobre a empresa, Eduardo Bolsonaro se mostrou surpreso e optou por não responder às perguntas, fazendo indagações como: "Por que vocês estão me investigando? Eu estou traficando droga? Eu estou roubando alguém? É corrupção?". O deputado afirmou que se manifestaria ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se necessário.
De acordo com os registros coletados, a Braz Global Holding LLC foi aberta alguns dias após as primeiras palestras realizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos. Durante sua estadia no país, Bolsonaro transferiu 135 mil dólares - 75% do seu dinheiro declarado na Justiça Eleitoral - para uma conta nos Estados Unidos. Eduardo Bolsonaro também participou dos eventos da extrema-direita nos quais seu pai estava presente. Na época, Jair Bolsonaro estava com visto de turista e, de acordo com a lei, não poderia ser remunerado por suas participações. Vale ressaltar que os eventos cobravam ingressos com valores elevados.
A Braz Global Holding LLC é listada em um documento oficial do governo do Texas como sendo de propriedade de Eduardo Bolsonaro, Paulo Generoso e André Porciúncula, ex-auxiliar de Mário Frias na gestão federal anterior. No mesmo endereço, funcionam outras duas empresas abertas em datas próximas, mas sem a participação do deputado. São elas: Liber Group e Instituto Liberdade, pertencentes, de acordo com os registros, a Porciúncula, Generoso e Raquel Brugnera, outra ex-funcionária do governo Bolsonaro. Os documentos não informam o ramo de atividade dessas empresas. Os sócios do deputado também não se pronunciaram quando procurados.
Paulo Generoso é o criador da página Movimento República de Curitiba, que disseminou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, a pandemia de Covid-19 e defendeu amplamente os atos golpistas no Brasil. Essa página também foi mencionada nas investigações da CPMI das Fake News e da CPI da Covid como um dos principais veículos de desinformação sobre a pandemia no país. O empresário teve sua conta no Twitter suspensa por decisão judicial devido às publicações feitas.
Em uma entrevista em dezembro do ano passado, Generoso afirmou que, se um golpe fosse dado por Bolsonaro, seria apenas um "contragolpe". Essa declaração ocorreu após ele mentir, sem provas, sobre a existência de fraudes nas eleições brasileiras. Ele também foi um dos organizadores do evento do 7 de Setembro, quando Bolsonaro fez ameaças ao Judiciário brasileiro. Generoso também esteve nos quartéis antes do dia 8 de Janeiro.
Fonte: Com informações da CartaCapital
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