
Em tempos de polarização e ataques constantes, a Justiça desempenha um papel fundamental na preservação da verdade e na proteção dos cidadãos. O caso da ex-secretária de Educação do Piauí e atual conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Rejane Dias, é um exemplo claro de como o sistema jurídico, quando atua com independência e rigor técnico, consegue reparar injustiças e restaurar a confiança pública.
Rejane foi alvo de acusações infundadas que resultaram em um processo judicial que se estendeu por mais de três anos. Durante esse período, sua reputação, sua trajetória profissional e, principalmente, sua vida pessoal foram colocadas sob intensa pressão. É inegável que o peso de acusações públicas é ainda maior quando se trata de mulheres em posições de destaque, que muitas vezes enfrentam um julgamento duplo: o das instituições e o da opinião pública.
No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pelo arquivamento do pedido de ação penal contra Rejane Dias, reconhecendo a inexistência de justa causa para as acusações. A decisão não apenas confirma a inocência da ex-secretária, mas também reforça a importância de um sistema judicial imparcial, que se pauta por provas e pela legalidade, e não por boatos, pressão política ou interesses de ocasião.
Casos como esse mostram que a Justiça não é apenas um conjunto de normas e procedimentos: ela é um mecanismo de proteção da cidadania, da honra e da confiança social. Quando a verdade prevalece, como no caso de Rejane, ela cumpre seu papel de restaurar a dignidade da pessoa injustamente acusada e enviar uma mensagem clara sobre os limites do poder de denúncia sem base.
Além disso, o desfecho reforça a necessidade de paciência e perseverança daqueles que enfrentam processos judiciais. A confiança nas instituições, aliada à atuação técnica e transparente da Justiça, é o que garante que episódios de acusação infundada possam ser superados, permitindo que a vida e a carreira de pessoas comprometidas com o serviço público continuem sendo valorizadas.
Em um país em que ataques políticos e judiciais muitas vezes se misturam ao espetáculo midiático, decisões como a do STJ servem como referência de seriedade e equilíbrio. Elas lembram que, apesar de toda a turbulência, o sistema judicial pode sim proteger os cidadãos e assegurar que a verdade, no final das contas, prevaleça.
O caso de Rejane Dias, portanto, não é apenas uma vitória pessoal. É um lembrete de que a Justiça, quando atuante e independente, é o alicerce de uma sociedade que busca equilibrar direitos, responsabilidades e a defesa da verdade. E isso, acima de tudo, é um valor que beneficia a todos.
(*) Nayrana Meireles é jornalista do portal Piauí Hoje
