
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou em seu perfil no Instagram, um vídeo no qual intensifica os ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente nos Estados Unidos, Eduardo afirma que o ex-presidente americano Donald Trump pode vir a adotar medidas contra o magistrado, com base na chamada Lei Magnitsky, legislação norte-americana que permite a imposição de sanções a indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
No vídeo, gravado em território americano, Eduardo critica a atuação de Moraes à frente do inquérito das fake news e questiona por que Trump não foi incluído nas investigações conduzidas pelo ministro. “Por que o senhor não faz a mesma coisa com o Trump que fez comigo? Que fez com o Allan dos Santos, com Elon Musk… Por que você não coloca o Trump no inquérito das fake news?”, disse o parlamentar, elevando o tom na sequência. “Alexandre de Moraes não é macho. Alexandre de Moraes é um frouxo, está com medo, está sem dormir, porque ele sabe que daqui a pouco vai vir a Lei Magnitsky.”
A Lei Magnitsky, citada por Eduardo, tem sido invocada por ele em reuniões com parlamentares republicanos em Washington, como Cory Mills e Marco Rubio. A legislação permite aos Estados Unidos aplicar sanções como o congelamento de bens e a proibição de entrada no país de estrangeiros considerados responsáveis por violações de direitos humanos. Segundo Eduardo, as sanções, se aplicadas, poderiam atingir não apenas Moraes, mas também sua esposa, o delegado da Polícia Federal Fábio Shor e outros integrantes da corporação.
“Do jeito que o Trump é, não vai vir só nele. Vai vir pegando, provavelmente, a esposa dele, o Fábio Shor e outros atores da Polícia Federal. Agora está tudo na mão do Trump… e ele é imprevisível. Pode vir pra cima da PGR”, afirmou, referindo-se também à Procuradoria-Geral da República.
As declarações ocorrem em meio a um contexto de crescente tensão diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Neste mês, Trump, em campanha pela reeleição, anunciou a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e classificou os processos contra Jair Bolsonaro no Brasil como uma “caça às bruxas”. Ao lado disso, o governo Lula tem reiterado que o país não aceitará pressões ou ingerência externa, com o presidente afirmando recentemente que “o Brasil não recebe ordens de Trump”.
Eduardo Bolsonaro é alvo de uma investigação conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de incitar autoridades americanas a adotarem sanções contra membros do Judiciário e do Executivo brasileiro. A apuração também investiga possível coação no curso do processo e tentativa de obstrução de Justiça. Nesta semana, Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal e prorrogou as investigações por mais 60 dias.
A escalada das declarações do deputado licenciado soma-se à ofensiva de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro contra instituições brasileiras. Ao envolver diretamente o nome de Trump e sugerir a aplicação de sanções com base em uma legislação estrangeira, Eduardo amplia o grau de confronto institucional, agora em escala internacional.
O caso, que já provoca reações no Congresso brasileiro e no meio diplomático, deverá ter novos desdobramentos nas próximas semanas.
Fonte: Brasil 247