Política

BOMBA FINANCEIRA

​​Eduardo Bolsonaro ameaça “bomba nuclear” financeira dos EUA se anistia não avançar

Deputado alerta que Trump pode impor sanções drásticas ao Brasil, condicionando negociações à anistia ao ex-presidente

Da Redação

Quarta - 16/07/2025 às 10:48



Foto: Agência Senado Deputado federal Eduardo Bolsonaro
Deputado federal Eduardo Bolsonaro

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a provocar tensão entre Brasil e Estados Unidos ao afirmar, nesta quarta-feira (16), que o presidente americano Donald Trump pode lançar uma “bomba nuclear” contra o país caso não avance no Congresso uma proposta de anistia ampla, geral e irrestrita ao seu pai, Jair Bolsonaro. A declaração foi feita em tom metafórico, referindo-se a possíveis sanções mais severas contra o Brasil, além da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros já anunciada pela Casa Branca

A medida, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, foi apresentada pelo governo americano como resposta aos processos enfrentados por Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

A ameaça foi publicada nas redes sociais de Eduardo, acompanhada de um vídeo em que o comentarista Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo, afirma que os dois estão reunidos com representantes do Departamento de Estado dos EUA. No vídeo, Figueiredo declara que qualquer tentativa de reaproximação diplomática entre os dois países será bloqueada, caso não inclua a anistia ao ex-presidente brasileiro. Segundo ele, os encontros com autoridades americanas foram “convidados” pelo alto escalão do governo Trump, mas nenhum nome ou prova da reunião foi apresentado.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tenta reabrir diálogo com autoridades norte-americanas e lideranças empresariais para evitar prejuízos econômicos causados pela taxação imposta por Trump. Nos bastidores, interlocutores do Planalto avaliam que a ação de Eduardo Bolsonaro tem como objetivo sabotar a negociação institucional, transformando uma disputa comercial em instrumento de pressão política sobre o STF e o Executivo.

Em outra frente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também condicionou a retirada das tarifas à aprovação da anistia, afirmando que a nova taxação imposta pelos EUA é comparável a um “contrato de adesão” e que o valor da tarifa pode ser aumentado para 100%, 200% ou até 400%, caso o Brasil insista nos processos contra o ex-presidente. A pressão dos filhos de Bolsonaro vem sendo interpretada como uma tentativa de manter coesão entre a base bolsonarista, reforçar laços com a extrema direita americana e projetar protagonismo internacional, sobretudo de Eduardo, que tem articulado apoio junto a aliados de Trump e pretende disputar a presidência da República em 2026.

Enquanto isso, o governo Lula prepara uma resposta institucional na Organização Mundial do Comércio (OMC) e aposta em articulações diplomáticas diretas para conter o avanço da crise tarifária. A crise, que começou como um impasse comercial, agora avança como mais um capítulo da polarização política no país.

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Fonte: Brasil 247

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