
Alvo de ataques do grupo mais radicalizado da ultradireita, comandando por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o presidente do PP e Senador do Piauí, Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), deu um chilique nas redes sociais nesta sexta-feira (26) após Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) ameaçar desistir de ser o candidato anti-Lula da Terceira Via em 2026.
"Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na Direita, digo aqui a centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez. Por mais que tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do PSOL. Não podemos fazer isso com o Brasil", surtou Nogueira.
Líder da federação PP - União Brasil, que controla a maior bancada com 109 deputados na Câmara, Nogueira é um dos principais articuladores do acordo para Bolsonaro apoiar Tarcísio em troca de um abrandamento da pena de 27 anos e 3 meses por meio do PL da Dosimetria - um substituto à anistia. No entanto, Nogueira busca se cacifar para ser vice de Tarcísio na chapa, deixando de fora a proposta inicial de Bolsonaro, de incluir alguém do clã.
A manobra nos bastidores irritou Eduardo Bolsonaro e os irmãos, Flávio e Carlos, que incitaram aliados a desferir ataques contra aqueles que classficiam como "oportunistas", que só querem os votos do clã, tendo Nogueira e Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, à frente.
Os recados foram pulverizados pela mídia liberal nesta sexta-feira (26). Em reportagem na Folha, "aliados" de Eduardo Bolsonaro abriram fogo contra Nogueira, afirmando que ele "está hipnotizado" com a possibilidade de ser candidato a vice de Tarcísio".
Em meio à disputa, o governador paulista também mandou mensagens por meio de colunista da Globo, ameaçando pular fora da disputa caso Eduardo siga "fragmentando" a direita com os ataques dos EUA ao lado de Paulo Figueiredo.
Bolsonaro, que quer o acordo para tentar evitar que deixe a prisão domiciliar, na mansão alugada pelo PL, rumo ao Complexo Penitenciário da Papuda, chegou a mandar aos EUA o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), braço político de Silas Malafaia, para amansar o filho. Eduardo, acusado de coação pela conspirata nos EUA, está impedido de falar com o pai.
No entanto, após reunião com o Eduardo e Figueiredo nesta quinta-feira, Cavalcante confessou que não conseguiu convencê-los de baixar a guarda. Indagado por Andreia Sadi, da Globo, se Eduardo teria aceitado a "dosimetria", que reduziria a pena do pai, o garoto de recados de Bolsonaro e Malafaia foi incisivo: “isso sem chance".
Fonte: Revista Fórum