Política

ANISTIA NEGADA

CCJ do Senado não votará anistia que inclua Jair Bolsonaro

Presidente da CCJ diz que texto é inconstitucional e não será pautado no Senado, mesmo se aprovado na Câmara

Da Redação

Terça - 09/09/2025 às 12:58



Foto: Beto Barata/Ag. Senado Presidente da CCJ do Senado, Otto Alencar afirma que não pautará proposta que beneficie Jair Bolsonaro e aliados
Presidente da CCJ do Senado, Otto Alencar afirma que não pautará proposta que beneficie Jair Bolsonaro e aliados

O senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, afirmou que não colocará em votação nenhuma proposta de anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Em entrevista ao jornal O Globo, o parlamentar disse que a medida é inconstitucional e que não permitirá seu avanço na comissão, mesmo que seja aprovada pela Câmara dos Deputados.

A proposta discutida por setores da oposição prevê perdão total aos investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que poderia restituir seus direitos políticos. O texto também beneficiaria o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por suposta tentativa de coação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Otto, a tentativa de perdoar agentes públicos ou líderes políticos que atentaram contra a democracia contraria a Constituição. “Não vou pautar na CCJ uma anistia ampla, geral e irrestrita. Anistiar agentes de Estado seria inconstitucional. Quem atentou contra a democracia deve ser punido”, declarou o senador.

O parlamentar também criticou Eduardo Bolsonaro por condicionar o apoio ao projeto à inclusão de Jair Bolsonaro na anistia.“Imagina a arrogância de um deputado federal: vai para os Estados Unidos e diz que só aceita se incluir o pai. Eu sou contra essa anistia. A Constituição traz uma vedação”, afirmou.

Proposta alternativa em discussão no Senado

Paralelamente, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), articula um texto alternativo que estabelece distinção entre diferentes níveis de responsabilidade. A proposta prevê penas mais severas para quem financiou ou planejou os atos e revisões para pessoas que participaram de forma secundária.

Diferenciar os grupos é constitucional. Os agentes de Estado não podem ser anistiados, mas os que foram pagos (para estar no 8 de janeiro) podem ter punição revisada”, disse Otto. Segundo ele, essa diferenciação permitiria reduzir penas de pessoas com participação de menor gravidade, como “as velhinhas que derrubaram o relógio”.

Fonte: Brasil 247

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: