
Nesta terça-feira (15), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), iniciará uma série de encontros para enfrentar o impacto do pacote de tarifas de até 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Sob o rótulo de “tarifaço”, a medida deve atingir setores como aço, alumínio, máquinas, calçados, móveis, autopeças, café, suco de laranja, carne, frutas, mel e couro.
Às 10h, representantes da indústria se reunirão no Palácio do Planalto, seguidos, às 16h, por líderes do agronegócio. Alckmin pretende ouvir diretamente os setores afetados, além de acionar empresas americanas que possam sofrer consequências colaterais devido à integração das cadeias produtivas binacionais.
A estratégia do governo vai além do diálogo nacional, o Planalto buscará apoio de entidades bilaterais, como a Amcham, e reforçará a pressão diplomática junto à Casa Branca. Ao mesmo tempo, prepara-se juridicamente para usar a Lei de Reciprocidade, que autoriza retaliações comerciais, e recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora a interlocução com o governo americano esteja “fechada” por conta de tensões políticas .
Na antevéspera da maratona de reuniões, Alckmin destacou a importância de regulamentar rapidamente o decreto de reciprocidade, instrumento legal viabilizado pelo recente aval do Congresso. Ele confirmou que o documento deverá ser publicado “até hoje” (14 de julho), marcando a ofensiva oficial do Brasil contra as medidas tarifárias dos EUA .
Para reforçar a resposta coordenada, estão previstos debates com o setor privado nacional e internacional, como explicou Alckmin no domingo (13). O vice ressaltou que a inclusão de empresas americanas nas discussões é essencial, elas também têm perdas com a quebra dessas cadeias produtivas .
Além dessas reuniões com empresas, haverá diálogo com embaixadas e câmaras de comércio bilateral. A atuação diplomática e técnica do governo Lula, é a principal frente para reverter as barreiras tarifárias, sem abrir mão de mecanismos legais como a Lei de Reciprocidade e futuras disputas na OMC.
Fonte: O Globo