Polícia

INVESTIGAÇÃO

Vereador de Timon pagou R$ 100 mil para matar gerente, diz Polícia do Maranhão

Investigação da Polícia Civil aponta mandante, executores e movimentação interestadual do crime

Da Redação

Sábado - 16/08/2025 às 13:15



Foto: Reprodução Vereador Kaká do Frigo Sá
Vereador Kaká do Frigo Sá

A Polícia Civil do Maranhão revelou ao Piauí Hoje neste sábado (16), que o vereador de Timon, Luis Carlos da Silva Sá, conhecido como Kaká do Frigo Sá, pagou R$ 100 mil a pistoleiros para matar o gerente de vendas Antônio de Pádua Cunha Santos, de 38 anos, executado em 15 de janeiro de 2023 durante um bingo no povoado São Severino, na zona rural entre Timon e Matões.

De acordo com o inquérito policial, o pagamento ocorreu durante uma reunião em uma fazenda no Pará, utilizada pelo grupo para planejamento, logística e armazenamento de armas. 

Mandantes e executores identificados

Além de Kaká do Frigo Sá, também foram identificados como mandantes Gildásio da Silva Sá (“Véio Zé de Sá”) e Gilfran Sá da Silva. Segundo a polícia, a família envolvida é conhecida por sua extrema violência e influência criminosa nos estados do Maranhão, Pará e Piauí, sendo temida por comunidades locais e por outros grupos delituosos.

Já os executores do crime foram identificados como Francisco Pereira da Silva (“Francinaldo”), responsável pelos disparos; Carlos Roberto Pereira (“Carlos Cigano”), encarregado de logística e abrigo; e Agenor Vieira Gomes Filho (“Agenorzinho”), que auxiliou na execução.

Planejamento do crime

Segundo as provas colhidas pela Polícia Civil, Kaká do Frigo e outros dois mandantes, Gildásio da Silva Sá e Gilfran Sá da Silva, pagaram R$ 100 mil a três executores para realizar o crime. O valor foi entregue durante uma reunião na zona rural do Pará, em uma fazenda utilizada pelo grupo como base logística.

O planejamento foi detalhado: a fazenda, onde Agenor Vieira Gomes Filho (“Agenorzinho”) exercia funções de segurança, serviu para organizar o crime. Na agenda do proprietário, os investigadores encontraram a anotação “Francinaldo pistoleiro”, evidenciando o vínculo direto com a execução. O grupo também usou a propriedade para ocultar veículos, lavar a caminhonete empregada no homicídio e armazenar armamento.

Operação rédea curta

Diante das provas do crime, a Polícia Civil deflagou a Operação Rédea Curta, que realizada em duas fases.

1ª fase (13/08/2025): cumprimento simultâneo de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, resultando em cinco prisões, apreensão de três armas de fogo (duas pistolas e um revólver) e do veículo usado no crime.

2ª fase (15/08/2025): mandados cumpridos nas cidades de Dom Eliseu e Ulianópolis, no Pará, com a apreensão de mais de 12 armas de fogo, incluindo fuzis de calibre restrito, centenas de munições e acessórios bélicos, além da prisão em flagrante de mais um integrante por posse ilegal de armamento.

Até o momento, seis pessoas foram presas, e a investigação confirmou a cadeia de comando e o núcleo executor. O material apreendido segue sendo analisado, incluindo perícias em dispositivos eletrônicos e exames balísticos, com o objetivo de responsabilizar todos os envolvidos.

Um dos presos participou de chacina

Um dos executores, Carlos Cigano, possui longa ficha criminal e já foi condenado a 73 anos e 10 meses de prisão por ordenar uma chacina em Nova Araguaína (TO), em 2012, que vitimou uma família inteira. Ele também já foi candidato a vereador em Matões, Maranhão.

Entenda o caso

Antônio de Pádua Cunha Santos foi morto com três tiros na madrugada de 15 de janeiro de 2023, durante um bingo, no povoado São Severino, zona rural de Matões (MA).

Após o crime, a família de Antônio de Pádua passou a cobrar das autoridades locais e estaduais respostas sobre a identidade dos autores e quem teria ordenado o assassinato. A vítima era bastante conhecida em Timon e em outras cidades do Maranhão, e, segundo os familiares, não possuía inimigos aparentes.

Fonte: Polícia Civil do Maranhão

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