A cada 100 mulheres vítimas de feminicídio, apenas dez tinham medida protetiva - 87,85% das vítimas desse crime não haviam registrado boletim de ocorrência e 68% das vítimas foram assassinadas pelo companheiro ou ex-companheiro. Os dados são do Núcleo de Estudos Avançados em Segurança Pública, que revelam um crescimento nos casos de feminicídio e a vulnerabilidade das vítimas antes dos crimes.
Na manhã desta quarta-feira (27), mais uma mulher entrou para as estatísticas de feminicídio do estado. O guarda municipal, Francisco Fernando Castro, é suspeito de assassinar a ex-mulher, a também guarda municipal, Penélope Brito e o vereador de Parnaíba, Thiciano Ribeiro.
Durante entrevista coletiva, realizada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) para repassar detalhes do duplo homicídio, o delegado Anchieta Nery afirmou que o feminicídio é um crime que o Estado fica distante, devido à falta de denúncias.
“Fica o meu apelo a todas as mulheres que estão se sentindo ameaçadas, não precisa nem ter sido ameaçada, mas está se sentindo ameaçada, acha que corre algum risco, procurem um atendimento especializado por meio do WhatsApp, você não precisa nem ir pessoalmente em uma delegacia”, enfatizou.
Segundo o delegado, silenciar diante das agressões apenas fortalece o agressor e prolonga o ciclo de sofrimento, colocando em risco a vida da vítima. Denunciar é um passo essencial para romper o ciclo da violência. A partir da denúncia, a mulher pode ter acesso a medidas de proteção, acompanhamento psicológico, assistência jurídica e apoio social, além de garantir que o agressor seja responsabilizado.
“Agora, a gente não pode culpar uma mulher, que tenha sido vítima de um feminicídio, por ela não ter procurado o Estado antes. É uma situação muito difícil, e a gente tem que construir essa segurança na mente e no coração de todas as mulheres”, concluiu.
Como denunciar?
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher;
Ligue 190 – Serviço direcionado para urgências policiais;
Registre boletim de ocorrência em Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM) ou outra Delegacia de Polícia mais próxima.
Procure o Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência, da Defensoria Pública ou o Ministério Público;
Acione o aplicativo “Salve Maria”.
Campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, denúncia por meio do código “sinal em formato de X”, preferencialmente feito na mão e na cor vermelha.
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