A Ucrânia decidiu proibir o uso do aplicativo de mensagens Telegram em dispositivos oficiais de autoridades governamentais, militares e trabalhadores essenciais, temendo que a Rússia possa espionar mensagens e usuários. A decisão foi anunciada pelo Conselho de Segurança e Defesa Nacional, após o chefe da agência de inteligência militar da Ucrânia, Kyrylo Budanov, apresentar evidências sobre a capacidade dos serviços especiais russos de monitorar a plataforma.
Andriy Kovalenko, líder do centro de combate à desinformação do conselho, esclareceu que a proibição se aplica apenas a dispositivos oficiais, não afetando os telefones pessoais dos usuários. O Telegram, amplamente utilizado na Ucrânia e na Rússia, se tornou uma fonte crucial de informações desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. No entanto, as autoridades ucranianas têm expressado preocupações sobre o uso do aplicativo durante o conflito.
Fundado pelo russo Pavel Durov, que deixou a Rússia em 2014 após recusar ordens do governo, o Telegram enfrenta escrutínio crescente. Recentemente, Durov foi detido na França em relação a uma investigação sobre crimes graves associados à plataforma. Em sua declaração, Budanov afirmou que a questão do uso do Telegram vai além da liberdade de expressão, tratando-se de segurança nacional. Após o anúncio, o Telegram respondeu que nunca divulgou dados de mensagens e que mensagens deletadas são permanentemente excluídas.
Cerca de 33.000 canais do Telegram estão ativos na Ucrânia, e a plataforma é amplamente utilizada por autoridades, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky, para divulgar informações sobre a guerra. Estima-se que 75% da população ucraniana utiliza o aplicativo, considerando-o uma importante fonte de informação.
Fonte: Brasil247