
Os 133 cardeais com direito a voto iniciaram nesta terça-feira (6) um período de reclusão total no Vaticano, preparando-se para o conclave que elegerá o novo papa após a morte de Francisco, ocorrida em 21 de abril. Hospedados na Casa Santa Marta e sob vigilância rigorosa, os cardeais estão proibidos de qualquer contato, físico ou online, com o mundo exterior — sem acesso a telefones, internet, jornais ou televisão — até que um sucessor seja escolhido.
O conclave terá início na tarde desta quarta-feira (7), na Capela Sistina, com uma primeira votação simbólica. Nos dias seguintes, estão previstas até quatro votações diárias, duas pela manhã e duas à tarde. Para ser eleito, um candidato precisa obter pelo menos 89 votos, correspondentes a dois terços do colégio eleitoral. Caso nenhuma decisão seja alcançada após 33 votações, o processo será restrito aos dois cardeais mais votados, conforme as regras do Vaticano.
A eleição ocorre em meio a uma Igreja globalmente diversa: este é o conclave mais geograficamente amplo da história, com cardeais de 70 países. A Ásia, por exemplo, conta com 23 eleitores, que, segundo o cardeal japonês Tarcisio Isao Kikuchi, planejam votar de forma coordenada. “Nós, asiáticos, provavelmente somos mais unânimes em apoiar um ou dois candidatos… veremos qual nome sairá como o principal candidato”, afirmou Kikuchi.
Embora não haja um favorito claro, análises acadêmicas apontam o cardeal italiano Pietro Parolin, ex-secretário de Estado, como um dos nomes mais viáveis, com apoio de diferentes alas ideológicas. Outros nomes mencionados incluem os cardeais Luis Antonio Tagle, das Filipinas, e Stephen Brislin, da África do Sul.
Após a eleição, o novo papa será anunciado ao mundo com a tradicional frase “Habemus Papam”, "Nós temos um Papa", do balcão da Basílica de São Pedro, seguida de sua primeira bênção “Urbi et Orbi”. Antes disso, ele passará pela “Sala das Lágrimas”, onde vestirá a sotaina branca e receberá o Anel do Pescador, símbolo de sua autoridade.
A expectativa é que a primeira fumaça — preta, indicando ausência de consenso, ou branca, sinalizando a eleição de um novo pontífice — surja na tarde de quarta-feira ou na manhã de quinta-feira (8). O mundo católico aguarda com ansiedade a escolha daquele que liderará os 1,4 bilhão de fiéis rumo ao futuro da Igreja.