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Síndrome silenciosa faz vítimas entre cães e gatos

Especialistas reforçam a necessidade de exames regulares e atenção aos sinais clínicos em animais de estimação

Sérgio Dias

Quinta - 22/05/2025 às 16:53



Foto: Pexels Síndrome silenciosa faz vítimas entre cães e gatos
Síndrome silenciosa faz vítimas entre cães e gatos

A relação entre doenças cardíacas e renais em animais de estimação tem chamado a atenção de especialistas em medicina veterinária. A chamada síndrome cardiorrenal (SCR), que descreve a interação entre coração e rins, preocupa principalmente por afetar cães e gatos idosos e por exigir diagnóstico precoce e manejo contínuo.


A SCR ocorre quando a doença ou o tratamento de um desses órgãos agrava ou desencadeia disfunções no outro. Segundo o médico-veterinário Henry Berger, Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil, a conscientização sobre o tema é urgente: “avaliando dados globais, podemos estimar que cerca de 10% dos cães e 15% dos gatos desenvolvem doenças do coração, e 10% dos cães e 30% dos gatos com mais de 15 anos possuem doença renal crônica. Como os sistemas cardíaco e renal estão interligados, ao diagnosticar um animal com doença cardíaca, automaticamente deve-se acender um alerta para monitorar, prevenir e diagnosticar precocemente potenciais disfunções nos rins e vice-versa”.A SCR é dividida em cinco subtipos, definidos conforme a origem e o tipo da disfunção. Os casos podem incluir desde lesões cardíacas agudas que provocam falência renal, até doenças renais crônicas que afetam a função cardíaca. Também há registros de distúrbios sistêmicos como sepse ou pancreatite que comprometem simultaneamente ambos os sistemas.

Os sinais clínicos variam de acordo com o estágio da condição. Cães com doença cardíaca podem apresentar tosse seca persistente, cansaço fácil e desmaios. Já animais com problemas renais tendem a beber mais água, urinar em excesso, perder peso e, em casos mais graves, ter convulsões.

“O diagnóstico precoce é determinante para um manejo eficiente. Reforçamos a importância de consultas regulares com médicos-veterinários para avaliação integral do paciente”, afirma Henry Berger.


A identificação da SCR requer uma abordagem diagnóstica ampla. Para avaliação cardíaca, são recomendados exames como radiografia torácica, eletrocardiograma e ecocardiograma. Para avaliação da função renal, os exames de ureia, creatinina, SDMA e ultrassonografia abdominal são os principais. A integração dos resultados laboratoriais e de imagem é considerada essencial para orientar o tratamento.O manejo da SCR é complexo e deve ser individualizado. Medicamentos como pimobendan, benazepril e telmisartan são utilizados para estabilizar a função cardíaca e controlar a pressão arterial. Em casos de lesão renal aguda, a fluidoterapia pode ser necessária. Também são considerados tratamentos para anemia decorrente de disfunção renal.

Além da medicação, o tratamento inclui mudanças no estilo de vida do animal. Dietas específicas prescritas por médicos-veterinários auxiliam na desaceleração da progressão da doença. Atividades físicas moderadas contribuem para o equilíbrio cardiovascular e metabólico. O acompanhamento clínico periódico é considerado indispensável para ajustar as medidas terapêuticas de acordo com a evolução do quadro.

A ampliação do conhecimento sobre a SCR entre tutores e profissionais da saúde animal é apontada como uma medida prioritária. A combinação entre informação, diagnóstico precoce e manejo integrado pode contribuir para a preservação da saúde e da vida dos animais afetados.

Fonte: Sérgio Dias

Sérgio Dias

Sérgio Dias

Natural de Pernambuco, é jornalista em São Paulo, editor dos jornais Alpha Autos e BLEH!, do blog Alpha Lazer e da fanpage @CoisaVelha - que tem mais de um milhão de seguidores no Facebook e Instagram. É Top4 dos “+Admirados Jornalistas da Imprensa Automotiva 2023”, na votação promovida pelo Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva.
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