
Na segunda metade dos anos 1990, o engenheiro Avelino Neiva, atualmente prefeito de Porto Alegre do Piauí, conduziu as obras de algumas das mais importantes barragens do Piauí. Algumas obras tinham sido contratadas e iniciadas na gestão do governador Freitas Neto (1991-1994) e outras foram licitadas e realizadas na gestão do governador Mão Santa (1995-2001) – que entregou essas grandes barragens, com mais de 1 bilhão de metros cúbicos de água.
Avelino Neiva é um homem pragmático e a ele coube fazer um serviço que lhe foi entregue para ser realizado com a maior eficiência possível. Assim foi feito – inclusive com uma característica incomum, ideia dele para maior eficiência do que se estava realizando. Tratou-se de transformar os canteiros de obras em habitação para pessoas residentes no entorno das barragens construídas.
Já se vão pelo menos três décadas a construção de barragens como Piracuruca (na cidade e rio do mesmo nome), Poço do Marruás (Patos do Piauí), Salinas (São Francisco do Piauí), Pedra Redonda (Conceição do Canindé), Algodões (em Cocal, destruída por excesso de água em 2009), Mesa de Pedra (Valença do Piauí), Pedra Redonda (Conceição do Canindé) – obras hídricas que garantem abastecimento para pessoas, para rebanhos e para culturas agrícolas perenes e semi-perenes.
É forçoso reconhecer ainda que o trabalho do engenheiro Avelino Neiva concorreu para duas obras hídricas com projetos e obras iniciadas sob a liderança dele, as barragens de Estreito, localizada em Francisco Macedo, no semiárido piauiense; e de Algodões II, em Curimatá.
Além disso, seguem em obras duas barragens projetadas e com obras iniciadas quando era Avelino Neiva o responsável por obras hídricas no Piauí, as barragens de Atalaia (Corrente) e de Tinguis (Brasileira).
O reconhecimento que se faz aqui a Avelino Neiva é uma forma de lembrar que temos todos nós a obrigação de trabalhar para que a oferta de água seja garantida para as gerações futuras – num mundo em que a escassez hídrica segue como um dos maiores desafios dos governos, sociedades e governo.
Afirmo isso de modo categórico por duas razões, ambas decorrentes de conversas que tive com o Avelino Neiva, pessoa a quem muito admiro, e que aleatoriamente me vieram à mente.
Uma delas é a de que uma barragem, mesmo que não tenha sua água usada na totalidade, produz bem mais que a possibilidade de matar a sede de pessoas: produz riqueza, como peixes, frutas, hortaliças.
A outra memória é a de que se existem pessoas em determinado lugar em que haja pouca água, é preciso buscar fontes para garantir a oferta hídrica a essas pessoas – porque até se poderia mudá-las para perto de um manancial, mas se é possível remover população, inexiste a possibilidade de levar junto a história, a cultura, as tradições e os afetos telúricos das pessoas.
Tomo como lição o que aprendi com Avelino Neiva, qual seja, a de que temos todos nós a obrigação de preparar o futuro desde logo. As barragens cujas obras ele tão bem conduziu são hoje fundamentais para vastas populações do Piauí, assegurando água, alimentos, lazer e qualidade de vida. Há muito mais o que ser feito nesta área, mas é sempre bom saber que pessoas como o atual prefeito de Porto Alegre do Piauí deixou as chaves para abrir os caminhos para tais realizações.
