O julgamento federal do rapper e produtor musical Sean Combs, conhecido como P. Diddy, teve início nesta segunda-feira (5) no Tribunal Federal de Manhattan, em Nova York. A primeira etapa do processo é a seleção do júri, que deve se estender por até uma semana. As declarações iniciais estão previstas para o dia 12 de maio. O artista de 55 anos enfrenta cinco acusações criminais, incluindo tráfico sexual, conspiração para cometer crimes de extorsão e transporte de pessoas com fins de prostituição.
Segundo a promotoria, Combs liderava uma organização criminosa que, ao longo de duas décadas, teria explorado mulheres em festas privadas conhecidas como "Freak-Offs". Nessas ocasiões, as vítimas eram supostamente drogadas, coagidas e, em alguns casos, agredidas fisicamente. Há relatos de que algumas dessas interações foram gravadas sem consentimento para fins de chantagem.
Uma das principais testemunhas do caso é a cantora Cassie Ventura, ex-namorada de Combs, que o processou em 2023 por agressões físicas e sexuais durante o relacionamento iniciado em 2005. Um vídeo de 2016, divulgado pela CNN, mostra o artista agredindo Ventura em um hotel. O caso foi resolvido fora dos tribunais, mas a acusação criminal prossegue.
Além de Ventura, outras três mulheres devem depor sob pseudônimos. As denúncias incluem sequestro, trabalho forçado, suborno, incêndio criminoso e porte ilegal de armas. Em uma das acusações mais graves, Combs teria ameaçado uma pessoa pendurando-a pela varanda de um prédio.
Combs está detido desde setembro de 2024 no Centro Metropolitano de Detenção do Brooklyn, após ter o pedido de fiança negado por três vezes. Em abril de 2025, ele recusou um acordo judicial que poderia reduzir sua pena, optando por enfrentar o julgamento completo. Se condenado, o rapper pode ser sentenciado à prisão perpétua.
O caso ocorre em meio a uma série de processos civis contra Combs. Desde novembro de 2023, mais de 60 ações foram movidas por supostas vítimas de abusos sexuais e psicológicos. A defesa do artista nega todas as acusações, alegando que as relações foram consensuais e que não há evidências de uma organização criminosa.
O julgamento não será transmitido ao vivo, conforme as diretrizes dos tribunais federais dos EUA, mas é aberto ao público. A previsão é que o processo dure pelo menos oito semanas, com a possibilidade de novas revelações sobre o funcionamento interno da indústria musical e a conduta de figuras influentes do entretenimento americano.
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