
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) a retirada do país norte-americano da Unesco, agência da ONU para educação, ciência e cultura, citando uma suposta “agenda ideológica e globalista” que vai contra a política “America First”. A decisão representa o terceiro abandono americano da instituição desde sua fundação em 1945, com saídas em 1984, 2018 e agora em 2025 e será efetivada até 31 de dezembro de 2026.
No comunicado divulgado pelo Departamento de Estado, a porta-voz Tammy Bruce afirmou que a Unesco tem foco excessivo em causas "socialmente divisivas” e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, além de alegado viés anti-Israel e estímulo a pautas progressistas que destoam dos interesses dos EUA.
Unesco
Dirigida por Audrey Azoulay, a entidade lamentou a decisão, mas ressaltou que estava preparada para o impacto financeiro, que com a saída americana significará a perda de cerca de 8% de seu orçamento. Fundada em 1945, a Unesco é reconhecida pela designação de Patrimônios Mundiais e programas em educação, liberdade de imprensa e desenvolvimento sustentável.
EUA rompem novamente com a Unesco e deixam vácuo bilionário na agência da ONU - Reprodução/Redes Sociais
A retirada reitera o distanciamento dos EUA em relação às instituições multilaterais desde que Trump reassumiu a presidência em 2025. Nos primeiros meses do governo, ele já anunciou a saída dos EUA da OMS, do Conselho de Direitos Humanos da ONU e o congelamento de verbas para a UNRWA, além de iniciar revisão das contribuições a organismos internacionais.
Padrão de Trump
Este movimento político segue o padrão iniciado em 2017, quando Trump já havia retirado o país da Unesco. Seu sucessor, Joe Biden, estivera reconstruindo o engajamento americano ao reingressar no órgão em julho de 2023 e quitar pendências de cerca de US$ 619 milhões, que equivalem a cerca de R$ 3,34 bilhões de reais, considerando a cotação atual de R$ 5,40.
A decisão será uma das prioridades na revisão de 90 dias anunciada ainda em fevereiro pelo governo Trump. O processo de saída deve ocorrer até o final de 2026, sem previsão de romper vínculos antes disso. A ação representa um novo golpe à agência, que perderá um dos principais financiadores, embora o impacto seja mais limitado do que o da saída americana de outras organizações, como a OMS.
Fonte: The Guardian