Foto: Divulgação
Daniel Noboa presidente do Equador
Na segunda-feira (8), Daniel Noboa, o presidente do Equador, usou a rede X (ex-Twitter) para justificar a invasão da embaixada mexicana em Quito no sábado (6). Ele afirmou que a ação foi uma medida excepcional tomada para “salvaguardar a segurança nacional e a dignidade de um povo que não tolera impunidade para criminosos, delinquentes, corruptos ou narcoterroristas”.
A embaixada foi invadida por policiais e soldados para prender o ex-vice-presidente, Jorge Glas, que foi condenado por corrupção e recebeu asilo político do México após passar meses na embaixada. Na segunda-feira, Glas foi hospitalizado com condição estável após recusar a comida oferecida na prisão.
Noboa reiterou que sua obrigação é “cumprir os ditames da justiça” e que não se pode permitir asilo a criminosos condenados por crimes graves ou que possam fugir. Ele também criticou políticos equatorianos que pediram ao México para declarar guerra ao Equador e solicitaram sanções econômicas internacionais, chamando-os de traidores da pátria.
A invasão violou a Convenção de Viena de 1961 sobre Relações Diplomáticas, que considera as embaixadas e consulados invioláveis. Ambos, Equador e México, aderiram a essa convenção na década de 1960.
O México anunciou que não retaliará contra a missão diplomática do Equador, apesar do rompimento das relações bilaterais após a invasão. O governo mexicano também está preparando queixas a órgãos internacionais.
Jorge Glas foi condenado a seis anos de prisão em 2017 por receber propina da construtora Odebrecht. Quando o México concedeu asilo político a Glas, o Equador acusou o México de violar os acordos de asilo político. Autoridades equatorianas então solicitaram permissão ao México para entrar na embaixada e prender Glas.
Vários países, incluindo Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Brasil, condenaram a invasão da embaixada mexicana em Quito. O Brasil classificou o incidente como um “grave precedente”.
"A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização. O governo brasileiro manifesta, finalmente, sua solidariedade ao governo mexicano", disse, em nota, o Itamaraty.
O presidente Andrés Manuel López Obrador agradeceu a decisão da Nicarágua de romper relações com o Equador e as demonstrações de solidariedade de governos de várias nações latino-americanas, que se somaram às dos EUA, Canadá e União Europeia.
Além de agradecer a solidariedade internacional ao México, López Obrador reiterou que a invasão da embaixada mexicana foi uma "violação flagrante" da soberania do país, do direito de asilo e das leis internacionais.
"Foi um ato autoritário, inacreditável, às vezes é ruim usar exemplos, mas nem mesmo Pinochet, o temível Pinochet e outros ousaram fazer isso", disse , referindo-se ao ditador chileno Augusto Pinochet.
Mais cedo, a ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, disse que o México violou a Convenção de Viena e a convenção de asilo ao aceitar Glas em sua embaixada.
Fonte: g1
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