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EXPECTATIVA

Governo adia Lei da Reciprocidade com gesto de Trump sinalizando diálogo

Fontes do governo afirmam que a decisão brasileira ficará em compasso de espera por pelo menos uma semana

Da Redação

Sexta - 26/09/2025 às 12:53



Foto: REUTERS/Jonathan Ernst Presidente dos EUA Donald Trump na Casa Branca
Presidente dos EUA Donald Trump na Casa Branca

O governo brasileiro decidiu suspender temporariamente a aplicação da Lei da Reciprocidade, que poderia impor medidas contra os Estados Unidos em retaliação a tarifas unilaterais sobre produtos brasileiros. A votação, prevista para terça-feira (23) durante reunião do Gecex (Comitê-Executivo de Gestão) da Camex, foi retirada de pauta pouco antes do início do encontro, segundo informações da Folha de S.Paulo.

O adiamento coincide com um gesto do presidente americano, Donald Trump, que sinalizou abertura para diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso na Assembleia-Geral da ONU. “Eu só faço negócios com pessoas de quem eu gosto. E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 39 segundos tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal”, afirmou Trump.

Fontes do governo afirmam que a decisão brasileira ficará em compasso de espera por pelo menos uma semana, podendo ser revista caso ocorra o diálogo direto entre os presidentes, previsto para a próxima semana por telefone ou videoconferência, segundo o chanceler Mauro Vieira. Lula também não descartou um encontro presencial.

Internamente, havia divergências no Gecex sobre a estratégia a adotar. Alguns defendiam a aplicação imediata de medidas, enquanto outros alertavam para riscos de novas sanções e recomendavam aguardar sinais de negociação com Washington.

Em agosto, a Camex recebeu do Itamaraty pedido formal para iniciar a aplicação da lei, que prevê formação de grupo de trabalho, consulta pública e decisão final pelo conselho estratégico do colegiado. Grandes empresas brasileiras, como Embraer e JBS, têm atuado nos bastidores para estimular uma solução negociada.

O episódio reforça a expectativa de que a aproximação política entre Lula e Trump poderá definir os rumos da resposta brasileira na disputa comercial.

Fonte: Folha de São Paulo, Brasil 247

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