Após quatro décadas de atuação ininterrupta no parlamento federal, o senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou oficialmente sua aposentadoria da vida política eletiva. Em discurso no plenário do Senado na segunda-feira (1º), o petista histórico, de 75 anos, declarou que este será seu último mandato e que apoiará a candidatura do correligionário e ex-ministro da Secom, Paulo Pimenta.
A decisão marca o fim de uma era para o PT e para o Congresso Nacional. Paim é considerado um dos pilares fundacionais do partido, com participação ativa na sua construção tanto no Rio Grande do Sul quanto em âmbito nacional, além de ser amigo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Trajetória e legado parlamentar
Eleito deputado federal em 1986, Paim integrou a Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988) e permaneceu na Câmara dos Deputados até 2003. No mesmo ano da primeira vitória de Lula à Presidência, em 2002, elegeu-se senador, cargo que ocupa até hoje. Sua atuação foi marcada pela defesa intransigente dos trabalhadores, sendo relator de leis fundamentais como o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010) e o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015).
Metalúrgico de formação, sua agenda legislativa sempre priorizou a Previdência Social, a valorização do salário mínimo, o combate a todas as formas de discriminação e a proteção a crianças, jovens e idosos. Em seu discurso de despedida, emocionou-se ao agradecer aos militantes e ao movimento sindical, parceiros constantes em suas "viagens pelo estado" para debater pautas como a CLT, o trabalho escravo e os direitos dos microempreendedores.
Reconhecimento
Nesta quinta-feira(3), Paim participou de um evento simbólico para sua trajetória: a festa de confraternização da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), em Brasília. A Anfip, que surgiu como Associação dos Fiscais da Previdência Social, sempre teve sintonia com as lutas do parlamentar.
No local, reencontrou-se com outro petista histórico, o ex-presidente da Anfip e ex-secretário de Estado do Piauí, Antônio Rodrigues Neto. A imagem dos dois militantes veteranos juntos serviu como um marco do reconhecimento de suas bases de apoio ao longo dos anos, especialmente nas causas previdenciárias e fiscais.
Com a saída de Paim, o PT perderá um de seus nomes mais emblemáticos e respeitados no legislativo, um elo vivo com as origens sindicais e fundadoras do partido. Sua decisão de apoiar Paulo Pimenta indica a busca por uma transição que preserve a representação de sua base e sua linha política de atuação no Rio Grande do Sul.
Paulo Paim, Álvaro Solon e Antônio Neto na festa da Anfip
Luiz Brandão
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