
Estudantes nos EUA com realizam manifestações pró-palestinos e entraram em confronto direto com diretores. Essa tensão verbera por vários campus no país. Em Columbia, em Nova York, centenas de estudantes fazem acampamento nos jardins da universidade e esse conflito já resultou até mesmo na demissão de duas reitoras. Já na noite desta segunda-feira (22), por volta das 19h30, a polícia de Nova York desmobilizou um protesto e começou a deter estudantes que se negaram a desocupar praça do campus da Universidade.
Outros protestos também foram iniciados nas universidades de Harvard e Yale, nesta última, 60 pessoas foram presas durante uma passeata em apoio aos palestinos. Estudantes da Universidade Boston também estão se manifestando em pró-palestina.
Os estudantes pedem que as instituições rompam laços financeiros com Israel, que é um aliado-chave dos Estados Unidos. Eles consideram a relação com o país insustentável após a campanha militar israelense na Faixa de Gaza, que já deixou 34 mil mortos desde outubro, segundo o Hamas, que governa a região.
Ao mesmo tempo, uma parte dos estudantes judeus afirmam que não se sentem seguros dentro das universidades. Também há judeus que fazem parte do movimento pró-palestinos.
"Permaneceremos aqui até que falem conosco e ouçam as nossas demandas", diz a estudante mexicana Mimí Elías, suspensa pela universidade após ser detida com uma centena de estudantes na última quinta-feira (18).
"Noventa e nove por cento de nós estamos aqui pela libertação da Palestina", afirma a aluna. "Aqui não queremos antissemitismo nem islamofobia."
Na entrada do acampamento, um grupo de voluntários distribui máscaras e controla quem entra. Uma placa proíbe o consumo de álcool e drogas.
O grupo promete não divulgar detalhes sobre as pessoas envolvidas. Nos arredores da universidade, manifestantes gritam "Liberdade para a Palestina!", sob o olhar atento de dezenas de policiais, que fecharam alguns acessos ao metrô e instalaram cercas nas calçadas.
Liberdade de expressão
Para uma estudante de arquitetura de 21 anos que preferiu não ser identificada e que não participa dos protestos, o que está em jogo no campus é a liberdade de expressão.
"Uma das coisas mais importantes de ser estudante é poder explorar e dizer o que você precisar dizer sem ser repreendido e sem que a polícia de Nova York venha ao campus e te prenda, seja qual for o seu ponto de vista", diz a aluna.
Para Joseph Howley, o conflito é causado pela "extrema direita americana, que faz causa comum com a extrema direita sionista hegemônica para suprimir o discurso político que não lhes agrada. Hoje, é o discurso sobre Israel e os palestinos. Na semana que vem, será sobre raça, gênero, vacinas ou o clima."
Veja os registros:
Fonte: G1