
Diversas organizações e líderes religiosos de diferentes crenças e religiões do Brasil expressaram pesar pela morte do papa Francisco, líder da Igreja Católica. O papa faleceu na madrugada de domingo (21), após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), que levou a um coma e colapso cardiovascular irreversível.
Em um comunicado, entidades judaicas manifestaram luto pela morte do papa. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) afirmou que a perda do papa foi uma "grande perda para a humanidade". A Conib lembrou que Francisco, com seu carisma e visão inclusiva, fez um grande impacto durante seu papado, realizando gestos como visitar o campo de extermínio de Auschwitz e se posicionando contra o antissemitismo, o racismo e o discurso de ódio, além de incentivar o diálogo entre as religiões. "Que seu legado continue a nos inspirar na busca por um mundo mais justo e pacífico", afirmou a Conib.
A Federação Israelita do Estado de São Paulo também manifestou solidariedade, reconhecendo o trabalho do papa na luta contra o racismo e a intolerância. "Sua voz firme contra o antissemitismo e a promoção do diálogo inter-religioso representaram um farol de esperança em tempos de crescente intolerância", disse a federação.
O Centro de Divulgação do Islam para a América Latina (CDIAL) também expressou suas condolências. O centro destacou que o papa, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, foi o primeiro papa jesuíta e latino-americano e que se destacou por seu compromisso com os mais pobres, pelos direitos humanos e pelo diálogo inter-religioso. O CDIAL também ressaltou as reformas que Francisco implementou na Igreja Católica e como ele sempre se dedicou aos menos favorecidos, imigrantes, doentes e todos que sofrem.
A Federação Espírita Brasileira lembrou que o papa foi "um dedicado irmão na doutrina cristã" e destacou o seu esforço para aproximar fiéis de diferentes religiões, promovendo o amor, humildade e fraternidade. "Trabalhou pelo diálogo inter-religioso e pela luta das mudanças climáticas, além de se envolver com questões diplomáticas de paz e da causa dos refugiados", afirmou a federação.
Em nota, a Frente de Evangélicos lamentou profundamente a morte do papa, reconhecendo seu legado de simplicidade e defesa dos direitos humanos. "Sua última aparição pública, no domingo de Páscoa, foi marcada por um apelo ao cessar-fogo na Faixa de Gaza", lembraram.
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) destacou que a vida do papa Francisco foi "um testemunho corajoso em tempos difíceis". O Conic lembrou a defesa que o papa fez dos direitos dos imigrantes e refugiados, além de suas ações em favor das lutas sociais na América Latina.
Líderes religiosos de outras tradições também prestaram homenagens. A Iyalorixá Mãe Meninazinha de Oxum, do Ilê Omolu Oxum, ressaltou que o papa será lembrado por seu trabalho contra as injustiças e preconceitos. Ela o descreveu como uma "luz para o mundo". Mãe Nilce de Iansã, coordenadora da Renafro, também expressou seu respeito, lembrando o sorriso acolhedor do papa, que sempre transmitiu amor e respeito por todos, independentemente da religião.
Por fim, o pastor Ronilso Pacheco, da Comunidade Batista em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, destacou o compromisso humanitário de Francisco e sua abertura à transformação da Igreja Católica. Ele lembrou o forte enfoque do papa nas questões sociais e em um olhar mais inclusivo para o mundo.
Essas declarações refletem a enorme influência de Francisco, visto como um líder humanitário e ecumênico, buscando a união e a paz entre diferentes grupos religiosos e culturais.
Fonte: Agência Brasil