Em entrevista à imprensa nessa quinta-feira (26), o secretário de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), Chico Lucas, comentou sobre a atuação do Estado no enfrentamento à criminalidade e ao aliciamento de jovens por facções criminosas. Segundo ele, o combate não se limita à repressão armada, mas passa também pela identificação e derrubada de perfis nas redes sociais que exercem influência negativa sobre jovens.
Através do programa Pacto Pela Ordem, a SSP-PI deflagrou ontem uma nova operação para combater o aliciamento de jovens por facções criminosas, especialmente por meio de redes sociais. A ação, coordenada de forma integrada pela Polícia Civil, através do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), e pela Polícia Militar, teve como alvos mulheres envolvidas diretamente com uma organização criminosa.
“O glamour que essas influencers colocam em suas postagens, mostrando droga, mostrando arma, mostrando uma vida que não é real”, destacou o secretário, ao apontar que esse tipo de conteúdo serve como isca para atrair jovens ao mundo do crime.
Para Chico Lucas, o trabalho da Secretaria de Segurança envolve a atuação integrada da inteligência, com monitoramento de perfis no Instagram, grupos de WhatsApp e outros canais digitais utilizados para cooptar jovens.
“Nós temos, dentro da organização criminosa, aqueles que praticam a atividade econômica, outros executam os crimes, mas também há quem seja responsável por cooptar os jovens... muitas vezes esses jovens morrem cedo, vivem miseravelmente. Precisamos cortar esse ciclo desde a origem.”, explicou.
Na ação de ontem, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão em diversos bairros de Teresina e também na cidade de Oeiras. As investigadas integram um núcleo feminino da facção, identificado como “Companheiras Sintonia Piauí”, que exercia funções estratégicas dentro da estrutura criminosa. As criminosas utilizavam linguagem cifrada, seguiam uma rígida hierarquia e desempenhavam papéis importantes, inclusive na difusão da cultura do crime nas redes.
Além das operações de repressão, Chico Lucas frisou a importância de medidas preventivas, especialmente dentro das escolas.
"Nosso objetivo é desarticular a cooptação dos jovens para o mundo criminoso, principalmente com a prisão e a derrubada dos perfis no Instagram. A gente monitora os perfis, os grupos de WhatsApp. Também atuamos dentro das escolas para identificar lideranças negativas e prevenir a entrada de jovens no crime”, destacou.
A meta da SSP-PI é reduzir drasticamente o recrutamento de jovens por facções, especialmente aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade social.
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