A barrense Maria da Conceição Teixeira de Lima, mais conhecida como Mona Lima, 28 anos, é bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e atualmente atua como Agente Cultural e Pesquisadora no Laboratório Gerumãa e Afrovisualidades. Mona Lima também está cursando mestrado em Cultura e Territorialidades na Universidade Federal Fluminense, com a pesquisa "Quilombo, Oralidade e Produção de Conhecimentos: por uma epistemologia quilombola contracolonialista".
De origem humilde, ela foi a primeira da família a entrar na universidade e sonha em ir mais longe cada vez mais, aprimorando e disseminando seus conhecimentos. A mãe de Mona Lima, conhecida como Socorro do Sorvete, deu duro para sustentar a filha e montava uma barraquinha de sorvete nos festejos das cidades da região Norte do Piauí.
"Eu sou a primeira da minha família a entrar na universidade e a estar dando continuidade à vida acadêmica. Quando entrei na universidade, eu era a única mulher negra daquele espaço. Eu cresci com muito incentivo de minha mãe para eu ser Doutora, seguir estudando.Meu sonho é lecionar na Uespi. Principalmente no Interior do Estado, por entender as dificuldades e a importância da representatividade", disse Mona Lima.
Mona Lima disse ainda que sua mãe teve que interromper os estudos como a maioria das mulheres do interior do Piauí. "Minha principal incentivadora é e foi minha mãe, que fez até a quarta série. Ela todo dia repetia que ia me dar o que não teve. Falava da época dela. Ia um dia pra escola e outro dia ia quebrar coco, no interior (Taboca) para ajudar a vó na criação dos filhos. Era a mais velha. Casou cedo, com 15 anos", conta.
A pesquisadora teve um trabalhado aprovado para ser apresentado na Nigéria, na África Ocidental, e por isso está realizando uma campanha para conseguir ir à Africa aprimorar seus conhecimentos. Após concluir o curso na Uespi, ela se mudou para o Rio de Janeiro, onde teve contato com a favela e iniciou o mestrado em 2018. O trabalho que ela vai apresentar na África é sobre quilombo, oralidade e produção de significados.
"A ida nesse evento, que será uma troca de saberes, sensações e também um retorno à nossa casa, será de suma importância nessa confluência de conhecimentos quilombolas e pindorâmicos resguardados nessa diáspora, que são contracolonialistas indo para uma fronteira/encontro com as epistemologias originárias e guardadas na Nigéria, principalmente em seu fazer orgânico", ressalta Mona Lima.
Para a estudante ir à África, ela precisa de R$ 8 mil para custear a viagem e no momento não dispõe dessa quantia. Para isso, ela criou uma campanha online para conseguir ajuda. A passagem custa R$ 5.122,00; o Visto R$ 800, Inscrição evento R$300; Hospedagem R$1.000,00; e alimentação.
Para ajudar, basta depositar qualquer quantia na conta do Banco do Brasil ou na vaquinha online até o dia 31 de janeiro de 2020. O evento será no dia 03 de fevereiro deste ano. Para mais informações o número de contato e para enviar o comprovante de doação é o (21) 9 8868-4877.
Conta para depósito:
MARIA C T LIMA
Agência: 2844-4
Conta: 23.624-1
CPF: 039.875.123-42
Link da vakinha online: Mona Lima na Mãe África.