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LUTO NAS ARTES

Morre em Teresina, aos 69 anos, o poeta e professor da Uespi Élio Ferreira

O poeta estava internado na UTI do Hospital São Marcos. Ele lutava contra um câncer há anos. Élio deixa viúva e dois filhos

Da Redação

Quinta - 11/04/2024 às 19:24



Foto: Redes sociais Élio Ferreira era um poeta versátil e militante político
Élio Ferreira era um poeta versátil e militante político

A arte a literatura e poesia estão de Luto. Morreu na tarde desta quinta-feira (11), em Teresina, o poeta piauiense Elio Ferreira. Ele estava internado em estado grave na UTI do Hospital São Marcos. Elio tinha 69 anos e há três luta contra um câncer.

Popularmente conhecido em todo o estado, o poeta formou-se em Letras, é pós-graduado em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e teve importante atuação na militância piauiense.

De acordo com amigos do poeta, a situação de Elio é bem delicada. "Ele está respirando por aparelhos. A situação está grave, mas ele está vivo. A família está acompanhando. Ele é paciente oncológico e luta contra um câncer há 3 anos", disse o amigo e professor Feliciano Bezerra.

Natural de Floriano, cidade ao sul da capital do Piauí, e filho de um ferreiro e de uma balconista de farmácia, Elio Ferreira participou de várias obras coletivas, entre elas a coletânea "Baião de Todos", organizada em 1996 por Cineas Santos. Na sua lista de trabalhos consta a publicação de biografias, ensaios literários em jornais, revistas e antologias.

Em 2003 ganhou o 1º lugar no concurso de ensaio "Mario Faustino", promovido pela Fundação Cultural do Piauí (FUNDAC), com o livro "Identidade e Solidariedade na Literatura do Negro Brasileiro". Em decorrência da sua contribuição cultural e literária no estado Elio recebeu diversas homenagens. Em 2019, Elio Ferreira foi o escritor e poeta homenageado na Balada Literária, promovida pelo também professor de literatura, Wellington Soares.

Há pouco mais de um ano, em abril de 2023, quando questionado sobre a aparente coincidência da relação com o ferro em seus poemas e seu sobrenome Ferreira, Elio deu a seguinte resposta:

"O nome é pura coincidência. Meu pai tinha outros primos que eram Ferreira e ferreiros. Aprenderam na mesma oficina de ferreiro em Floriano. Após a abolição da escravatura, foram criados na minha cidade alguns desses modelos de oficinas ou pequenas indústrias artesanais, que ensinavam o ofício de ferreiro e marcenaria aos filhos ou descendentes de escravos. Meus avós eram oleiros e meu pai também o fora até os 14 anos, quando foi para a oficina de ferreiro, pois esta profissão se tornava mais promissora. Eu também fui ferreiro e bombeiro hidráulico na oficina do meu pai dos 9 aos 20 anos de idade, quando concluí o Ensino Médio. No início de 1976, fui trabalhar e tentar o vestibular em Brasília. Naquela época, a maioria das pessoas ainda aprendia uma profissão e estudava", disse.

VELÓRIO

O velório de Élio Ferreira será nesta sexta-feira (12), a partir das 8 horas na funerária Lótus, na Miguel Rosa, na zona Sul de Teresina, próximo ao Corpo de Bombeiro.

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