
Mesmo com algumas cidades superando a média nacional, alguns municípios do Piauí ainda enfrentam sérios desafios no acesso a direitos básicos como saneamento, saúde e inclusão. É o que revela a segunda edição do Índice de Progresso Social (IPS) Brasil, divulgada neste mês.
O levantamento, que mede a qualidade de vida da população sem considerar critérios econômicos, coloca dezenas de municípios piauienses entre os piores do país em indicadores sociais e ambientais.
O índice avalia os 5.570 municípios brasileiros com base em 57 indicadores públicos organizados em três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades. Nesta edição, o Brasil obteve média de 61,96 pontos em uma escala que vai de 0 a 100. O Piauí teve média estadual de 59,17, ocupando a 27ª e última colocação entre as unidades federativas.
224 municípios do Piauí
Apesar disso, algumas cidades piauienses apresentaram resultados positivos. Teresina, capital do estado, lidera o ranking local com 67,37 pontos, superando a média nacional. Também aparecem com desempenho acima da média municípios como São Félix do Piauí (63,94), Picos (63,17), Cocal dos Alves (62,76), Olho D’Água do Piauí e São Miguel da Baixa Grande (ambos com 62,61).
Outras cidades que se destacaram no ranking estadual incluem Floriano (61,85), Santa Cruz dos Milagres (61,36), Prata do Piauí (61,31) e São Julião (60,65), compondo o top 10 dos municípios mais bem colocados do Piauí no IPS Brasil 2025.
Entretanto, a realidade da maior parte dos 224 municípios piauienses está distante desses índices. Localidades como Palmeira do Piauí (50,96) e São Braz do Piauí (56,42) ilustram a persistência de desigualdades estruturais. Em Palmeira, por exemplo, os dados revelam apenas 48,3 pontos no componente Água e Saneamento, e 57,66 em Moradia, demonstrando carência em infraestrutura básica.
Em São Gonçalo do Piauí, o índice apresenta outra relação, embora o município tenha se saído bem na dimensão de Necessidades Humanas Básicas (76,41), seu desempenho em Saúde Básica foi tão baixo que o colocou na 5.049ª posição nacional nesse componente, evidenciando um desequilíbrio nas políticas públicas locais.
Dimensões
O relatório nacional aponta que a dimensão com melhor desempenho foi Necessidades Básicas (74,79), impulsionada por fatores como segurança e acesso à moradia, este último atingindo a maior pontuação entre todos os indicadores, com 87,74 pontos. Em contrapartida, o pilar Oportunidades obteve o pior desempenho, com 46,07 pontos, refletindo a dificuldade de acesso a ensino superior, inclusão de minorias e equidade de gênero e raça.
A dimensão de Inclusão Social, um dos componentes do eixo Oportunidades, foi destacada como crítica em quase todo o país. No caso do Piauí, os dados confirmam que as desigualdades de gênero e raça seguem como entraves importantes, ainda que o relatório registre avanços relevantes em alguns estados do Nordeste.
O que é o IPS Brasil?
O IPS Brasil é produzido pela rede internacional Social Progress Imperative em parceria com instituições brasileiras. Sua proposta é oferecer uma ferramenta técnica que vá além dos números econômicos tradicionais, focando no impacto concreto das políticas públicas sobre o cotidiano das pessoas.
O relatório completo com os dados de todos os municípios do Brasil, incluindo os 224 do Piauí, pode ser acessado gratuitamente pelo site. A plataforma permite filtrar e comparar municípios por dimensão, componente e indicador.
Confira o Ranking dos 10 municípios do Piauí com melhor qualidade de vida no IPS 2025:
- Teresina: 67,37
- São Félix do Piauí: 63,94
- Picos: 63,17
- Cocal dos Alves: 62,76
- Olho D’Água do Piauí: 62,61
- São Miguel da Baixa Grande: 62,61
- Floriano: 61,85
- Santa Cruz dos Milagres: 61,36
- Prata do Piauí: 61,31
- São Julião: 60,65
Fonte: IPS