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JUSTIÇA

Ex-comandante da FAB presta depoimento sobre trama golpista

Militar será ouvido na condição de testemunha

Da Redação

Quarta - 21/05/2025 às 08:00



Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil Supremo Tribunal Federal (STF)
Supremo Tribunal Federal (STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (21) as audiências de testemunhas convocadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos réus do núcleo 1 do caso golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados.

O único depoimento agendado para hoje será o do tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, comandante da Aeronáutica no governo Bolsonaro. A audiência começará às 11h30 e será presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados à tentativa de impedir que Luiz Inácio Lula da Silva tomasse posse em seu terceiro mandato como presidente.

Baptista Júnior foi chamado para depor como testemunha por participar de uma reunião entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas, na qual se discutiu um estudo jurídico para justificar a decretação de um estado de sítio e outras ações golpistas em 2022.

Em seu depoimento à Polícia Federal, o militar disse ter alertado Bolsonaro de que a Força Aérea Brasileira (FAB) não se envolveria no plano golpista. Ele também afirmou que o então comandante do Exército, Freire Gomes, que estava presente na reunião, teria dito que, se Bolsonaro tentasse qualquer ato golpista, teria que prendê-lo.

Na segunda-feira (19), Freire Gomes negou que tenha feito essa ameaça, dizendo: "Não aconteceu isso, de forma alguma. Eu alertei o presidente que, se ele se afastasse dos aspectos jurídicos, além de não concordarmos com isso, ele seria implicado juridicamente".

Depoimentos

Entre os dias 19 de maio e 2 de junho, serão ouvidas as testemunhas indicadas pela acusação e pelas defesas. Os depoimentos ocorrerão por videoconferência e serão feitos ao mesmo tempo, para evitar que os depoentes combinem suas versões.

Durante esse período, também serão ouvidos o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, além de deputados e senadores aliados a Bolsonaro.

Após os depoimentos, os réus, incluindo o ex-presidente, serão chamados para o interrogatório, mas a data ainda não foi definida.

A expectativa é de que o julgamento que decidirá se os réus serão condenados ou absolvidos aconteça ainda este ano. Eles enfrentam acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Se condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Fonte: Agência Brasil

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