A presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Marinalva Santana, afirmou nesta quarta-feira (09), à reportagem do portal Piauihoje.com, que vai protocolar representação junto ao Ministério Público do Piauí (MP-PI) contra o isolamento de espaços públicos em Teresina para realização de evento privado, no caso, a Micarina, que acontecerá nos dias 18 e 19 deste mês, tendo diversas atrações nacionais como Ivete Sangalo, Xand Avião, Parangolé, Léo Santanta e outros.
A iniciativa acontece após matéria publicada apresentando a indignação de populares a respeito do isolamento da faixa de pedestre e o fechamento da alça de acesso à Ponte Estaiada, na Avenida Raul Lopes, zona Leste de Teresina.
“Pensei primeiro como cidadã porque é de indignar, muitas pessoas estão fazendo contato, dizendo que se dispõem a assinar comigo e estou consultando o Conselho Estadual de Direitos Humanos, órgão que presido, para saber se o próprio conselho pode comprar essa briga, pois é flagrantemente ilegal você lotear espaços públicos para eventos comerciais com fins lucrativos, isso pode gerar, entendo eu, condenação por improbidade administrativa”, analisa Marinalva.
Na reportagem inicial publicada sobre o caso, há depoimento de uma teresinense revelando que o percurso do trabalho para casa aumentou desde que a alça de acesso à ponte foi bloqueada. “Eles fecharam até a alça da ponte, o que me obriga a um desvio absurdo para pegar a Ponte da Primavera e chegar na minha casa, que fica na descida da Ponte Estaiada. Estou revoltada, quem banca o aumento do meu gasto de gasolina e o cerceamento do meu direito de ir e vir”, questiona.
Para Marinalva, o contexto traz à tona outras ironias envolvendo o poder público. “É de se estranhar que o próprio site da Micarina coloca o Governo do Estado e a Prefeitura de Teresina como patrocinadores do evento, ou seja, recursos públicos que são usados, agravado ainda pelo fato de que o evento só é daqui dez dias e as interdições já foram feitas, a gente se indigna mais também porque a gente ver outros eventos que são públicos, sem cobrança de ingresso e que os órgãos do município como STRANS colocam o maior obstáculo do mundo para disciplinar o trânsito, para haver policiamento, todas as dificuldades são colocadas”, reporta.
Desde a publicação da primeira matéria sobre o caso, a reportagem do Piauihoje.com tentou contato com a STRANS e a Kalor Produções, sendo esta a empresa responsável pela realização da Micarina, porém sem retorno até o momento.
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