Economia

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

Quebradeiras de coco do Piauí terão fábrica de sabonetes artesanais com óleo de babaçu

O projeto começa ainda este ano na localidade Retrato, e busca aumentar a renda das trabalhadoras

Da redação

Domingo - 10/08/2025 às 14:06



Foto: Reprodução Quebradeiras de coco trabalhando na extração do babaçu
Quebradeiras de coco trabalhando na extração do babaçu

Um grupo de 10 mulheres que integra a Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco de Miguel Alves foi contemplado no edital da Fundação Banco do Brasil para criar a primeira fábrica de sabonetes artesanais à base de óleo de babaçu no estado. A iniciativa promete ampliar significativamente a renda das participantes e estimular negócios sustentáveis ligados aos produtos derivados do coco.

A unidade será instalada na localidade Retrato, situada a 20 quilômetros do Centro de Miguel Alves, onde há extensas áreas de babaçuais de livre acesso às trabalhadoras, que há anos realizam a quebra do coco. Atualmente, a associação já produz azeite, óleo extra virgem, massa do mesocarpo e biscoitos à base da amêndoa, com apoio de programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

A presidente da associação, Maria Lúcia, explica que o projeto de saboaria artesanal vai potencializar o trabalho que já é desenvolvido.

“Hoje, a associação vive muito mais com as vendas de mesocarpo, azeite de coco, óleo extra virgem e biscoito que é um complemento fundamental para as nossas famílias. Nós já participamos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), trabalhamos com a Conab e temos também o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Tudo isso vai se agregando nas nossas rendas”, afirmou.

Quebradeiras de Coco de Miguel Alves (Foto: reprodução) 

Com a liberação dos recursos, será feita a reforma do prédio que vai abrigar a fábrica e ministrados cursos de produção de sabonetes, gestão de negócios e design de embalagens, utilizando materiais extraídos de forma sustentável dos babaçuais.

Maria Lúcia reforça a importância da parceria com a Fundação Banco do Brasil. “Nós mulheres empreendedoras do coco babaçu temos muito a agradecer pela parceria com a fundação. Hoje, podemos dizer que somos empreendedoras. No caso da saboaria, teremos um curso que vai começar com 10 mulheres. Vai ser uma experiência ótima e estamos ansiosas para iniciar as atividades”, disse.

O movimento das quebradeiras de coco defende a preservação e o livre acesso aos babaçuais, destacando que nada do coco é desperdiçado, além dos alimentos e do carvão vegetal, é possível produzir artesanato e adubos orgânicos.Integrantes da associação reunidas (Foto: reprodução)

Para Alzira Sales Pereira, integrante da associação, a nova fábrica trará benefícios que vão além do aspecto financeiro.

“Como sócia, produtora e trabalhadeira, a fabricação de sabonete artesanal, que terá como base o óleo de coco babaçu, vai combinar muitos fatores econômicos, sociais, culturais e ambientais. Hoje temos uma região bem extensa de babaçu e nunca falta. A gente trabalha com cuidados, com preservação para a gente sempre ter a matéria-prima. A fabricação dos sabonetes vai ser muito importante para a nossa comunidade e para o Piauí. Vai dar, sem dúvida, uma visibilidade muito grande aos nossos trabalhos”, concluiu.

Fonte: Ascom Fundação Antares

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