O Museu do Piauí, Casa de Odilon Nunes, em Teresina, está recebendo a "Exposição de Artes Vozes: contra o estigma, preconceito e outras violências contra mulheres com hanseníase". A mostra foi aberta na quarta-feira (08) e segue até 31 de janeiro, em parceria com o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (Ciaten) e a Universidade Federal do Piauí (Ufpi).
A exposição traz o resultado de uma pesquisa sobre as dificuldades enfrentadas por mulheres com hanseníase no Piauí, incluindo estigma, preconceito e violência. Durante a visitação, as obras geraram boas impressões nos visitantes, como o casal José Luiz Fazzi, professor, e Leila Maria Bedeschi Costa, economista. José Luiz destacou a participação dos alunos na exposição, enquanto Leila enfatizou a importância da arte para sensibilizar o público sobre o sofrimento dessas mulheres.
Dentre as obras expostas, algumas se destacam. "Sombra de Isolamento", de Fábio Solon, mostra uma mulher isolada atrás de uma porta, representando o abandono e o sofrimento solitário. A porta simboliza a exclusão imposta pela sociedade. "Renascimento", também de Solon, traz uma mulher que transforma os efeitos da doença em símbolos de superação e se posiciona como uma defensora contra a violência sofrida pelas mulheres com hanseníase.
"Tons de Mulher", de Maria Rita Amorim Braga, retrata uma mulher preta lidando com a hanseníase, abordando como a doença impacta sua identidade e questionando a autonomia da mulher no processo de saúde-doença. "Atraída pela Luz", também de Maria Rita, simboliza a força feminina por meio de um girassol que busca a luz, representando a busca pela superação e pelo bem-estar.
A exposição é uma reflexão poderosa sobre o estigma, a violência e a resiliência das mulheres com hanseníase, usando a arte como meio de denúncia e empoderamento.
Fonte: CCOM Piauí