Ciência & Tecnologia

Homem quer fazer o primeiro transplante de cabeça do mundo; será possível?

Quarta - 07/09/2016 às 18:09



Foto: Reprodução Paciente voluntário já foi escolhido: o russo Valery Spiridonov, de 30 anos, que sofre de uma doença degenerativa progressiva e sem cura
Paciente voluntário já foi escolhido: o russo Valery Spiridonov, de 30 anos, que sofre de uma doença degenerativa progressiva e sem cura

Já imaginou transferir a sua cabeça para outro corpo? O cirurgião italiano Sergio Canavero não só acredita que isso é possível, como aposta que o transplante deve acontecer em 2017.

Claro que a proposta é polêmica e até irritou a comunidade médica mundial. Mas Canavero não está sozinho neste plano.

O cirurgião ortopedista Ren Xiaoping, da Universidade de Medicina de Harbin, na China, afirmou que está montando uma equipe e já iniciou a pesquisa para realizar o procedimento. Segundo o médico, assim que "estiver pronto" fará a cirurgia para transferir a cabeça de uma pessoa viva no corpo de um doador morto.

Ren, que participou do primeiro transplante de mão dos Estados Unidos, em 1999, diz que já conta com dezenas de candidatos voluntários ao transplante --que ainda não tem data exata ou local para acontecer.

O primeiro da fila é o russo Valery Spiridonov, 31, que sofre da síndrome de Werdnig-Hoffman, um tipo de atrofia muscular espinhal degenerativa que o impede de movimentar os membros. Spiridonov diz que a cirurgia é uma chance de prolongar sua vida e gerar pesquisas valiosas para pacientes com doenças semelhantes.

Orusso Valery Spiridonov quer ser o primeiro a testar o transplanteOrusso Valery Spiridonov quer ser o primeiro a testar o transplanteFoto: Reprodução

Mas como isso seria feito?

Os dois médicos visualizam o procedimento de maneira parecida: a cabeça e o corpo do doador serão resfriados (não se sabe quanto), para que as células permaneçam vivas mesmo sem oxigênio. Os tecidos ao redor do pescoço de ambos serão dissecados para que artérias e veias sejam interligadas por tubos e ligadas a uma máquina que manteria o fluxo de sangue.

Quando as medulas estiverem cortadas, os médicos vão colocar a cabeça do paciente no corpo do doador e unir com uma substância chamada polietilenoglicol (ou PEG, que faz as células que formam a medula espinhal crescerem). Um suporte feito por encomenda levaria a cabeça do paciente até o pescoço do corpo doado, com auxílio de tiras de velcro. 

O paciente seria mantido em coma durante semanas, para evitar que se movesse até a correta ligação das partes. Enquanto isso, eletrodos estimulariam a medula espinhal para reforçar novas ligações nervosas. Canavero afirma que o paciente, após sair do coma, seria capaz de falar e mover o rosto, mas para mover o corpo seria preciso um ano de fisioterapia.

O procedimento, que custará em torno de US$ 10 milhões, deve levar 36 horas e precisa de uma equipe médica de mais de 150 pessoas.

Fonte: Uol

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