Ciência & Tecnologia

A BÍBLIA: tradução em 2454 idiomas

Piauí Hoje

Sábado - 03/05/2008 às 04:05



(*) Por Valmor BolanA Bíblia é certamente o maior best-seller do mundo, com o maior número de tiragens e vendas que nenhuma outra obra tem superado, e o "clássico universal" de todos os tempos, que, a cada geração é republicada e admirada por crentes e não crentes. É o maior fenômeno editorial. Já na época da invenção da imprensa, no século XV, Gutenberg escolheu entre todas as obras existentes, a Bíblia, para ser o primeiro livro impresso da história. Atualmente, há traduções da Sagrada escritura para 2.454 idiomas, mas com o Velho e o Novo Testamento encontramos traduções em 438 idiomas, sendo que o Novo Testamento pode ser lido hoje em 1.168 línguas. Mas, apesar de ser tão conhecida e admirada, a Bíblia nos dias de hoje ainda não é tão lida como se parece. É o que comprova uma pesquisa que a Federação Bíblica Católica encomendou, revelando o quanto as pessoas ainda estão longe de conhecer, a fundo, os relatos bíblicos.Como informa a agência ANSA, 13 mil pessoas participaram da pesquisa, em nove países diferentes. Ao serem indagados sobre questões básicas dos textos bíblicos: "Os evangelhos são parte da Bíblia?", "Jesus escreveu livros da Bíblia?"e "Quem, entre Moisés e Paulo, era um personagem do Antigo Testamento?", apenas 14% dos italianos souberam responder. A Polônia teve a melhor classificação (20%), e a Rússia com apenas 7%. Ainda a pesquisa revelou que nos Estados Unidos, 75% disse ter lido passagens da Bíblia. E sobre outras questões, apenas 32% dos italianos afirmaram freqüentar a Igreja e apenas 6% dos católicos ortodoxos russos vão à missa aos domingos. Outro dado importante: 86% dos norte-americanos disseram sentir a proteção de Deus em suas vidas. Isso ajuda a explicar também o sucesso que foi a viagem do Papa Bento XVI aos Estados Unidos, dias atrás.Há, no entanto, um ponto que merece reflexão: muitos ainda acreditam que a Bíblia, por ser um livro inspirado por Deus, deva ser interpretado ao pé da letra, sem visão crítica ("34% dos poloneses, 27% dos norte-americanos, 23% dos italianos e 21% dos russos). A própria Igreja Católica e outras denominações cristãs tradicionais reconhecem o perigo da leitura fundamentalista da Bíblia, pois a tradição teológica vem sempre em auxílio na interpretação da riqueza bíblica, tomando vários aspectos e métodos que nos ajudam a um entendimento realista da Bíblia, sem o engessamento da leitura ao pé da letra.Nesse sentido, é preciso que vejamos a Bíblia como um conjunto de livros inspirados por Deus, mas que se utiliza de muitos recursos lingüísticos e literários (muitos deles com imagens da época em que foram escritos) para que a mensagem bíblica pudesse ser melhor aceita pelo povo. Ainda hoje, a Bíblia continua tendo um vivo interesse, tanto pelas pessoas mais simples quanto pelos mais cultos. Muitos podem discordar, não entender, mas respeitam e até admitem a grande coerência das histórias bíblicas, e a força que ainda continua a causar admiração e ser referência moral para milhões de pessoas em todo o planeta.Em meio a tantas influências dos dias atuais, a Bíblia - mais do que qualquer outra obra do passado - resiste à história. Hoje, quem é que lê a Ilíada e a Odisséia, de Homero, ou a Eneida, de Virgílio, que, ao menos eram estudadas nos bancos escolares? Cada vez mais um número muito reduzido. Mas a Bíblia, continua impactando centenas de milhões de pessoas.(*) Valmor Bolan é professor

Fonte: Piauí Hoje

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