
A imprensa e o meio cultural do Distrito Federal estão de Luto. Morreu nesta quarta-feira (10), em Brasília, aos 74 anos, a fotojornalista Elza Fiúza, que lutava contra um câncer de pulmão há sete anos. Elza será velada das 11h às 13h desta quinta-feira (11). Seu corpo será cremado às 16h, em Valparaíso. Ela foi uma das primeiras mulheres a exercer a profissão de repórter fotográfica em Brasília, onde chegou em 1975, quando cidade tinha apenas 14 anos.
O jornal Correio Braziliense, a Agência Brasil, onde ela trabalhou, publicaram amplas matérias sobre a vida da fotojornalista. Outros veículos de comunicação de Brasília também contaram sobre a chegada dela à capital federal e o trabalho como uma das pioneiras no ofício de fotógrafa e repórter fotográfica no Centro Oeste.
"Nascida em Manaus (AM), em 1949, Elza Praia Fiúza Dias Pinto começou trabalhando no jornal Correio Braziliense como laboratorista, entre 1979 e 1981, teve passagens pela Radiobras e Empresa Brasileira de Notícias (EBN), além de ter vivido longa trajetória na Empresa Brasil de Comunicação (EBC)", destacou o Correio.
Elza Fiuza foi criada em família de indigenistas, era apaixonada por registrar a natureza e ilustração. Ela lutou bravamente contra um câncer de pulmão por sete anos e faleceu na madrugada desta quarta-feira (10/4), aos 74 anos.
Foto de Elza Fiúza mostra o deputado Ulisses Guimarães na promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988."O lugar onde ela dizia ser mais feliz era nas pautas. Ela fez vários amigos no Correio, foi uma pessoa muito amada e tinha lembranças maravilhosas”, recordou ao Correio, a filha Joana Praia.
“Dizíamos que a casa dela era uma grande oca, porque ela veio de uma cultura amazonense. A mãe do meu pai era irmã do pai da minha mãe, então, eles foram criados da Amazônia e muito perto de aldeia indígena convivendo com indígenas de várias etnias. Em Brasília, a casa do meu pai recebia muito os Xavantes. O cacique Raoni também, que a Caiapó, quando vinha para a capital, ficava lá em casa”, completa Joana.
Carteira do Jornal Correio Braziliense em 1979, quando ela iniciou a carreira.
Foto: Arquivo da família
"Elza se formou na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Suas fotografias contemplam duas publicações: o V documento de arte contemporânea do Centro-Oeste, e Brasília Ano 20 – onde estão documentadas as primeiras décadas da, até então, nova capital do Brasil", diz a matéria do CB, assinada pela jornalista Giulia Luchetta.
Elza com marido Chico Dias.
Foto: Arquivo da família
Família
A fotojornalista Elza Fiúza era casada há 55 anos com o também jornalista Chico Dias. A filha Joana Praia, informou aos jornalistas que o ator e comediante Grande Otelo e o cartunista Ziraldo foram padrinhos do casamento dos pais dela. Agitadores culturais, Elza e o marido foram fundadores do bloco de carnaval Pacotão.
“Ela cobriu todos os blocos do Pacotão desde o início, na época em que era mesmo o bloco político de jornalistas. Na minha infância, íamos ao clube da Imprensa para fazer as faixas”, lembrou Joana Praia ao Correio.
A jornalista Giulia Luchetta contou em sua matéria que nos últimos sete anos, a fotógrafa sofreu duas sepses (resposta inflamatória causada por uma infecção bacteriana) em sua batalha contra o câncer de pulmão.
Elza entre os colegas de profissão
Foto: Arquivo da família
“Ela era uma pessoa extremamente independente. Vimos sua luta como uma prova de amor, porque ela ficou sete anos acamada sofrendo, mas, firme e forte para estar conosco. Ela demorou muito a aceitar esse final, ela gostava muito de viver”, lamenta a filha.
Elza Fiúza deixa quatro filhos – Marina, Joana, Vânia e Pedro – e seis netos – Heitor, Helena, João, Moreno, Mariah e André. A fotógrafa será velada nesta quinta-feira (11) na capela 6 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, em Brasília, das 11h às 13h. Seu corpo será cremado às 16h em Valparaíso.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal - SJPDF, lançou uma nota de pesar pela morte de Elza Fiúza. Na nota, a entidade também destaca as qualidades pessoais e profissionais, ao tempo em que presta uma homenagem a uma de suas primeira filiadas.
Elza Fiúza usando telefone militar pata foto quando cobria envento no Governo Collor de Melo
Foto: Arquivo da família
A seguir a nota do SJPDF: