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ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Anestesista preso no RJ é investigado pelo estupro de seis mulheres na mesa do parto

Na terça-feira (12), a Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão do anestesista

Da Redação

Quarta - 13/07/2022 às 12:11



Foto: Reprodução Anestesista Giovanni Quintella Bezerra
Anestesista Giovanni Quintella Bezerra

O médico anestesista Giovanni Bezerra, flagrado estuprando uma mulher durante o parto cesárea no domingo (10), no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense (RJ), é investigado por seis possíveis estupros.

Cinco casos ocorreram na mesma unidade de saúde e outro caso teria acontecido no Hospital Estadual da Mãe em Mesquita, também na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Três casos também teriam ocorrido no mesmo dia em que ele foi filmado pela equipe de enfermagem e o restante em dias diferentes.

Na terça-feira (12), a Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão do anestesista. Ele ficará preso preventivamente e deve ser encaminhado para o presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona Norte do Rio.

Na decisão, a juíza chamou a atenção para a gravidade do ato praticado pelo acusado, que sequer se importou com presença de outros profissionais, atuando ao seu lado, na sala de cirurgia. A magistrada destacou ainda a brutalidade e a crueldade da ação, demonstrando o mais completo desprezo do custodiado pela dignidade da mulher, pela ética médica e pelo compromisso profissional que firmara não havia muito tempo.

Anestesista sendo preso no domingo/Foto Polícia Civil do RJ

A delegada Bárbara Lomba afirmou durante entrevista coletiva que as suspeitas começaram há cerca de um mês, quando integrantes da equipe de enfermagem notaram o comportamento estranho do anestesista durante as cirurgias. Ao notar as atitudes atípicas, uma das técnicas de enfermagem passou a ficar perto do médico durante os procedimentos. A técnica contou em depoimento à polícia que o médico passou a ficar incomodado com a presença dela e por algumas vezes tentou intimidá-la.

“Começou a olhá-la de forma intimidadora, tratá-la rispidamente, dando a entender que ela não deveria estar na sala. Ou seja: fazendo uma pressão de alguma forma, para que ela se sentisse incomodada e saísse da sala. Uma vez ele também fechou esse capote na frente dela, porque que ela estava observando […] Ele tentava afastar essas pessoas e exercer poder”, explicou a delegada.

A delegada contou ainda que os médicos que participaram da cirurgia no último domingo (10) contaram que não perceberam o ato, mas estranharam a sedação que as vítimas recebiam. Segundo os médicos, é algo incomum. 

A Polícia irá apurar se houve descumprimento de protocolos, o que caracterizaria violência obstétrica. Três vítimas já foram à Delegacia de Atendimento à Mulher, na Baixada Fluminense para prestar depoimento. O marido da paciente vítima de estupro no último domingo (10) é aguardado na delegacia para prestar depoimento nesta quarta-feira. De acordo com a delegada Bárbara Lomba, a vítima só deve ser ouvida após receber a alta médica.

A Polícia Civil tenta descobrir quantas cirurgias o anestesista participou para saber se há outras vítimas.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) aprovou, em plenária, a suspensão provisória do médico Giovanni Quintella Bezerra, após ter acesso às imagens gravíssimas de estupro de uma paciente. Com isso, ele fica impedido de exercer a medicina no estado do Rio de Janeiro. Em paralelo, está sendo instaurado no Cremerj um processo ético-profissional, cuja sanção máxima é a cassação definitiva do registro.

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