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TEORIA

Nazareno Fonteles lança “Aproximações multifárias” nesta terça (11) no Salipi

Por meio da teoria, Nazareno afirma que nada é exato, tudo é aproximado e que todas as ciências são aproximações da realidade estudada

Por Cintia Lucas

Segunda - 10/06/2024 às 01:20



Foto: Cintia Lucas Nazareno Fonteles lança livro no Salipi nesta terça-feira (11)
Nazareno Fonteles lança livro no Salipi nesta terça-feira (11)

TERESINA (PI) - O professor-mestre em matemática e médico, Nazareno Fonteles, lança, nesta terça-feira, 11, às 20h, no 22º Salão do Livro do Piauí (Salipi), o livro “Aproximações multifárias - uma introdução”. A obra trata de uma teoria homônima ao título da obra, a Teoria das Aproximações Multifárias, e revela que o aprendizado se dá, de um modo geral, por aproximações. 

Segundo o autor, o livro é algo que já estava sendo pensado ao longo de sua experiência como professor em várias áreas, na matemática, na medicina, como também na política, nas leituras das áreas de humanas, e na experiência também, espiritual, por meio de sua formação cristã com a Teologia da Libertação.

“Então, ao andar em diversos campos, comecei a ver como a gente aprende, de um modo geral. Fui vendo que é por aproximações, a despeito da minha experiência na área de exatas, quer dizer, matemática, de ser professor de matemática da Universidade Federal e nos colégios aqui, cursinhos, e até hoje me dedico à educação, comecei a dizer, olha, tudo que a gente aprende é por aproximação”, disse Nazareno Fonteles.

Por meio da teoria, Nazareno afirma que nada é exato, tudo é aproximado e que todas as ciências são aproximações da realidade estudada. A teoria não é nova, mas, perceber que as aproximações são feitas sistematicamente é uma novidade. Para ele, basicamente, o cérebro trabalha por aproximações, tanto no ponto de vista mais formal, quando ele faz o pensar, que a gente chama modo executivo, como a neurociência diz, ou na divagação da imaginação.

“Se a gente for olhar, até nos sonhos, eles são aproximações da realidade, com algumas deformações. Então, fazendo esse percurso, o conceito de aproximações ficou natural. Então, os conceitos, as teorias, os modelos, os padrões, as metáforas, as analogias, tudo isso, para mim, são aproximações. Portanto, não escapa nenhuma área. Se eu sistematizar o processo de perceber que eu aprendo por aproximação, então a pedagogia deve sofrer uma grande mudança e vai ser mais compreensiva, mais humanizada. Por quê? Porque várias pessoas têm facilidade para uma coisa e dificuldade para outra. Esse percurso mais personalizado, que hoje através das tecnologias, da inteligência artificial, está se tornando mais fácil, reforça isso que eu estou dizendo. Ou seja, a transição pedagógica do processo das pessoas aprenderem é sempre por aproximações sucessivas”, afirma Nazareno Fonteles.

PERSONALIZAÇÃO E COLETIVIDADE

Nazareno Fonteles explica que cada processo de aprendizagem é diferente, o que significa que as aproximações para uma determinada pessoa são muito ligadas ao próprio processo de experiência dela. Por isso, é preciso pensar em algo que se aproxime mais da realidade daquela pessoa, que vai se aprimorando.

Nazareno FontelesOutra nuance da teoria é de que quando as pessoas estão juntas, aprendem mais sobre o coletivo, sobre si mesmos, sobre os outros, por sermos seres sociais. É preciso perceber a necessidade do diálogo para aprender, de ter trabalhos em grupos, de ter projetos onde os grupos participem.

“Esta visão de aproximação, quando a gente vai aprimorando, vai percebendo que diferentes áreas do conhecimento se integram, quer nas universidades, quer em projetos técnicos, quer em uma administração, por exemplo, mais chance tem de ter aproximações melhores, digamos, da realidade e, portanto, vai tomar decisões, vai escolher projetos e programas muito mais pertinentes e com mais eficácia social. Então, a integração. A gente pode olhar, que a química é biologia, é bioquímica, é biofísica. Hoje a biologia não existe mais sem, digamos, sem computação, sem física, certo? Praticamente tudo é ligado”, disse o professor.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O autor vê na inteligência artificial uma aproximação de nossa inteligência e opera por aproximação, sobretudo da generativa. No livro, ele dialoga com  GPT-4, Gemini e pergunta sobre as aproximações. O conceito central do livro é compreender de aproximações, o nome mutifária quer dizer vários, diversos, diversos formatos. Podem existir aproximações semânticas, metafóricas.

Ele considera que as teorias são também aproximações. Hoje, um conceito fechado, pode não estar tão preciso futuramente.  “E eu tendo consciência disso, ajuda a me preparar mais para novidades, estar aberto ao novo, aprender mais com isso filosoficamente passa a ser uma pessoa menos preconceituosa, menos vaidosa por já saber de tudo”.

Ainda sobre a inteligência artificial, ele acredita que ninguém tem o domínio total dela, a não ser um aspecto dela. O programador constrói o objeto. O uso e as consequências são incógnitas.

“Estou querendo dizer é que quando algo tem relação com várias áreas, essas áreas estão interagindo, então novas propriedades surgiram, complexa. É preciso estarmos juntos. Há importância do diálogo, da solidariedade, do grupo para dar conta da complexidade do conhecimento. Vamos ver que, cada vez mais, devemos ter parcerias de diferentes profissionais. O diálogo solidário, a humildade de sentar com outro profissional da área, ouvir o ponto de vista dele, sobre as vezes até um tópico que não é da especialidade dele, mas ele pode ter um olhar diferente e você aprender com ele”, avalia Nazareno Fonteles, titular do Blog Viver Pleno, neste portal Piaui Hoje.Com

Cintia Lucas

Cintia Lucas

Cintia Lucas é jornalista formada pela Universidade Federal do Piauí e mestra em Comunicação pela mesma instituição. A coluna vai abordar os bastidores da notícia, com foco em temas de interesse público. Contato: cintialuc1@hotmail.com
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