
Depois do ‘tsunami” provocado na base na semana passada, com o anúncio do nome da senadora Regina Sousa como pré-candidata a vice-governadora, quando todos já tinham como certa a indicação do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho (MDB), o governador Wellington Dias (PT) iniciou as conversas com os partidos aliados para colocar tudo em pratos limpos. E avisou: se eleito, fica os quatro anos no cargo.
Wellington Dias ouviu e seguiu os conselhos do senador Ciro Nogueira (Progressistas), que viu na garantia de permanência no cargo de governador nos quatro anos de mandato, a única maneira de acabar com as especulações sobre uma eventual saída de Wellington Dias para disputar a eleição de senador em 2022.
"Eu já acatei o conselho. O meu compromisso com a população é realmente de trabalhar num mandato de 2019 até o ano de 2022 e me dedicar. Não pense que é uma decisão simples de alguém se apresentar para ser candidato. Não tenho nenhuma ambição a essa altura da vida, meu desejo mesmo é de contribuir com meu estado. Eu acredito nos efeitos para o desenvolvimento do que estamos fazendo e é isso que me move a colocar mais uma vez o meu nome. Quero trabalhar com o mandato, reeleito para quatro anos, trabalhar quatro anos", garantiu o governador.
Conversas
Wellington Dias começou ontem (24) a dialogar com a base. O que deve fazer até o dia 3 de agosto, quando o PT e outros partidos aliados vão realizar convenções para definição de candidaturas.
O objetivo é justamente roubar o discurso de quem andou pensando em aproveitar a instabilidade no governo, da semana passada, para conseguir facilidades criando dificuldades. A estratégia de WDias é evitar que oportunistas possam usar eventuais arestas para justificar um rompimento. Nos últimos dias, partidos da base têm ocupado a mídia para mandar recado ao chefe do Executivo.
PRB
Wellington Dias retomou as conversas ontem, começando pelo PRB, do deputado estadual Gessivaldo Isaías e do cantor Frank Aguiar. Dias chegou primeiro que Gessivaldo na inauguração da nova sede, no Centro de Teresina. E vestiu a camisa do PRB, antes e se trancar com o pastor. A conversa não evoluiu como os dois queriam. O PRB, segundo o suplentre de deputado federal Silas Freire, pode ser o primeiro a abandonar o barco governista.
PTC
O PTC, do deputado Evaldo Gomes, também ameaça pular fora, sob o argumento de não aceitar o "chapão", isto é, todos os partidos da base disputando numa mesma lista as vagas de deputado estadual e deputado federal. Evaldo já teria inclusive conversado com os três adversários de Wellington nas eleições em 7 de outubro: Elmano Ferrer (Podemos), Luciano Nunes (PSDB) e Dr. Pessoa (SD).
MDB
Pouco depois de sair da sede do PRB, Wellington já estava na casa de João Mádison e lá conversou com vários deputados do MDB. A paz, dizem, foi selada. Themístocles, que estava presente À reunião, confirmou que vai disputar a reeleição de deputado estadual e lançar o filho, Marcos Aurélio, como seu sucessor na política, concorrendo a deputado federal no chapão governista agora em outubro.
A agenda política de Wellington Dias vai ser bastante movimentada neste final de semana que antecede o fim do prazo para as convenções partidárias, no domingo (5/8). Vários encontros estão marcados com aliados. A postura de Wellington Dias não deve mudar. Como fez com o MDB, Dias usa como argumento a densidade eleitoral dos partidos e a competitividade dos nomes indicados para definir às vagas majoritárias, já que ainda tem partido brigando para indicar os suplentes de senador.
Se agiu assim com o MDB, partido que já elegeu governador, senador e o deputado federal mais votado no Piauí em várias eleições [Marcelo Castro], o "Índio" não vai aceitar faca no pescoço e tampouco imposição de nanico. Wellington não quer ficar refém de ninguém.
